Cinquentenário da Mônica, de Maurício de Sousa, causa "incômodo" em Jaguar
Acostumado às páginas do extinto jornal "O Pasquim" e aos bares da orla carioca, o ratinho Sig, personagem criado pelo cartunista Jaguar, trocou o copo de cerveja por um campo cheio de flores e passarinhos.
"Eu vi as comemorações pelos 50 anos da Mônica nos jornais e resolvi ressuscitar o Sig em uma charge com ela. Foi o desenho mais difícil da minha vida", contou Jaguar (...).
Primeiro, Jaguar teve que comprar algumas revistinhas da personagem. "Nunca tinha lido." Em seguida, ele tentou copiar os traços de Mauricio de Sousa.
"Fiz tudo rigorosamente igual. As florzinhas, os passarinhos, o Sol. De tão ruim que é o desenho, demorei quatro horas para desenhar. É mais fácil copiar o Steinberg [cartunista que serviu de inspiração para "O Pasquim"] do que um desenho ruim."
A Turma da Mônica, entretanto, responde por mais de 85% do mercado brasileiro de quadrinhos infantojuvenis. "Ele acha que aquilo é desenho, e todo mundo acha maravilhoso. Mas eu estou muito velho para ganhar inimigo novo", completa.
Em casa desde que descobriu uma cirrose avançada, o passatempo de Jaguar agora é mexer em seus arquivos.
"Lembrei que o Sig está fazendo 49 anos. Ele é o único rato que afundou junto com o navio", ri, referindo-se a "O Pasquim". E o comandante? "Não posso beber, mas ainda não afundei." (Fonte: Bruno Molinero, aqui).
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Justa homenagem, porém discordo de Jaguar quanto à qualidade do desenho de Maurício de Sousa. O traço é bom.
A Turma da Mônica dá o seu recado com êxito, a ponto de a Mônica, em seu cinquentenário, promover a ressurreição do ratinho Sigmund Freud, digo, Sig, impoluto mascote do legendário O Pasquim.
Alguns críticos torcem o nariz à Turma da Mônica, mero entretenimento com objetivos comerciais e bla bla bla. Não sei se isso procede integralmente, mas, se Walt Disney e a plêiade de desenhistas de quadrinhos norte-americanos podem, por que Maurício de Sousa não poderia?
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