A Organização Mundial da Saúde (OMS) volta a declarar que medidas sociais – entre elas o lockdown, distanciamento, toque de recolher, impedir aglomerações, quarentenas e promover o isolamento – funcionam e países que adotaram tais ações viram uma queda real na curva de contaminações.
A afirmação ocorre um dia depois que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou as medidas de confinamento, alertando que os danos dessas políticas são superiores ao impacto do vírus.
“Temos um ano de lockdowns e o vírus continua aí”, afirmou o presidente, em sua live na quinta-feira. “Ninguém quer morte, lamentamos toda e qualquer morte, agora saúde e economia andam juntos. Não pode criar massa de desempregados enorme no Brasil porque daí não vamos ter recursos para fazer nada, nem para comprar vacina”, disse. “A pessoa com fome perde a razão, topa tudo”, alertou. (…)
Na OMS, a percepção é outra. “O distanciamento, não ter aglomerações, eventos de massa e fazer genuinamente uma quarentena são medidas que funcionam”, disse Margaret Harris, porta-voz da agência. “Os países que seguiram isso viram a curva de contaminação cair”, insistiu.
Harris admite, porém, que o desafio é social e econômico. Mas insiste que, por isso mesmo, elas precisam ser adotadas de forma correta. “O problema é que (essas medidas) congelam a economia e não é algo que você queira fazer no longo prazo. Mas quarentenas funcionam, o isolamento funciona. Mas em alguns locais não foram aplicadas de forma correta”, disse. (…) - (Fontes: UOL - coluna de Jamil Chade / DCM).
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Ameaçado por variante da covid-19, além dela própria, o Reino Unido resolveu adotar lockdown, absorvendo o impacto econômico negativo, ou seja, já tendo ciência de que o bloco iria despencar no ranking do PIB - mas agora começa a colher os bons frutos e paulatinamente autoriza a retomada das atividades econômicas. Como estaria hoje o Reino Unido se o lockdown não tivesse sido aplicado?
Até o primeiro semestre de 2020, por aí, o Brasil tinha reservas de US$ 370 Bilhões: um 'colchão de liquidez' criado pelo governo Lula. (A Argentina, por exemplo, não conta com reservas cambiais). De outra parte, a Constituição Federal traz dispositivo instituindo o imposto sobre grandes fortunas, mas o artigo nunca foi regulamentado.
Presentes tais observações, o Brasil poderia examinar a conveniência de assumir um lockdown geral ou regional.
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