terça-feira, 8 de dezembro de 2020

COM DISPUTA POLÍTICA EM VEZ DE VACINAÇÃO, COVID-19 AVANÇA NO BRASIL

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Há quem ataque o governador Dória, pelo fato de ter ido à China "à revelia do Planalto", como se fora o mandatário do Brasil (ao menos foi essa a imagem vendida à opinião pública), e lá feito tratativas para a compra de 'sua' vacina. Há quem ataque a embaixada da China, por haver deixado a coisa fluir, sem nenhum aceno ao Planalto. Há quem ataque a inacreditável má vontade do Planalto frente à pandemia. Mas eis que há quem destaque algo positivo nesse confronto de egos: 'enciumado' diante da performance do governador, em especial nas últimas horas, o Planalto enfim tratou de se mexer. Manchete do UOL: "Vacina contra covid-19 que for certificada pela Anvisa será ofertada a todos, diz Bolsonaro" - Aqui. A fogueira das vaidades e da insensatez é capaz de proezas as mais intrigantes. Se bem que o estrago já está feito. E vida que segue (a duras penas, diga-se).


Por Gabriel Valery (Da RBA)

A covid-19 avança no Brasil. O número de casos e mortes segue em crescimento desde o dia 10 de novembro, após leve recuo e estabilidade registrados, especialmente, em outubro. Antes disso, o Brasil foi o país a ficar mais tempo no pico epidemiológico de mortes pela doença no mundo, mais de 14 semanas.    

A última semana foi a mais intensa desde a primeira de outubro. Foram registradas 4.067 mortes oficialmente, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Em relação ao número de novos casos, o cenário é de crescimento ainda maior. Foi a quinta semana com maior número de infectados desde o início da pandemia, em março. Os 286.905 contaminados foram superados apenas pelas piores semanas, entre o dia 19 de julho e 15 de agosto.  

Segundo boletim do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) de hoje (7), foram registradas oficialmente mais 376 mortes nas últimas 24 horas. Com isso, o Brasil chega a 177.317 vítimas da covid-19, de março para cá. São também 6.623.911 infectados, com acréscimo de 20.371 no último período. Os números às segundas-feiras são menores do que a média do restante da semana, já que menos agentes de saúde trabalham aos domingos.    A covid-19 avança no Brasil. O número de casos e mortes segue em crescimento desde o dia 10 de novembro, após leve recuo e estabilidade registrados, especialmente, em outubro. Antes disso, o Brasil foi o país a ficar mais tempo no pico epidemiológico de mortes pela doença no mundo, mais de 14 semanas.    A última semana foi a mais intensa desde a primeira de outubro. Foram registradas 4.067 mortes oficialmente, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Em relação ao número de novos casos, o cenário é de crescimento ainda maior. Foi a quinta semana com maior número de infectados desde o início da pandemia, em março. Os 286.905 contaminados foram superados apenas pelas piores semanas, entre o dia 19 de julho e 15 de agosto.  

Política e vacina

Enquanto países como Portugal, Reino Unido e Alemanha preparam seus cidadãos para o início da vacinação, o cenário brasileiro é nebuloso. O governo federal, que pouco fez em relação ao planejamento e combate à covid-19, segue sua conduta indigente em relação à pandemia, desprotegendo a população. Não foram ainda apresentados planos de vacinação detalhados, perspectivas ou mesmo quais imunizantes poderão ser aplicados.

Em atos de lado a lado de politização da vacinação, o governo federal se esquiva de falar da vacina CoronaVac em desenvolvimento no estado de São Paulo pelo Instituto Butantã em parceria com a empresa chinesa Sinovac. Hoje (7) o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chegou a anunciar um calendário de vacinação no estado, a partir de 25 de janeiro. Entretanto, o prazo pode ser pouco factível, já que ainda faltam resultados científicos sobre a eficácia da vacina, bem como aprovação da Anvisa, sem os quais, seria impossível o início da imunização.

Aparelhamento

“A Anvisa hoje esta sendo aparelhada por diretores aliados com a postura negacionista e irresponsável do ponto de vista sanitário do Bolsonaro”, resume o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP). O medo de que a politização abusiva de Bolsonaro em torno da vacina atrase a medicação de todos os brasileiros é justificado. Três das cinco diretorias da Anvisa, órgão responsável por liberar vacinas no país, são dirigidos por militares aliados de bolsonaro.

Matéria publicada hoje pela agência internacional Reuters aborda o receio de governadores e parlamentares de que Bolsonaro trabalhe para minar a imunização do povo, o que pode colocar a vida de milhões de pessoas em risco. “A Reuters entrevistou mais de uma dezena de autoridades antigas e atuais, governadores e parlamentares sobre os planos de Bolsonaro para a Anvisa (…) Muitos disseram ter preocupação de que a crescente influência do presidente na Anvisa esteja politizando a agência (…) alguns têm receio de que Bolsonaro, de olho na reeleição em 2022, possa usar as aprovações da Anvisa para acelerar as vacinas a aliados e retardar a chegada aos rivais.”  -  (Fonte: Rede Brasil Atual - Aqui).

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