terça-feira, 10 de dezembro de 2019

DELTAN TIRA AÇÃO DA CARTOLA PARA ATENUAR IMPACTO DE SUA FUNDAÇÃO

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É a guerra sem trégua. Deltan tenta escapar do foco, mas são inúmeras as denúncias de posse do Conselho Nacional do MP. Sem contar que a relativa à da tal fundação de 2,5 bi (aqui) transita pelo Supremo. Enquanto isso, a Segunda Turma do STF só depende da vontade do ministro Gilmar Mendes para retomar o julgamento do HC mediante o qual a defesa do ex-presidente Lula pleiteia a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro, uma das razões, segundo muitos, para a efervescência que se está a observar nos últimos tempos, incluindo o reexame, por Curitiba, de processos que teriam culminado em arquivamento em outros núcleos. O tempo urge.


Deltan tira ação da cartola para atenuar impacto de sua fundação 

Por Márcio Chaer (Editor do ConJur)

Foi com bastante naturalidade que a auto apelidada “força tarefa” da autoproclamada “operação lava jato”, na sua pretensa luta do bem contra o mal, chamou suas vítimas de corruptos, ladrões e termos assemelhados. Bem verdade que alguns eram mesmo. Mas os que não eram, bem poderiam ajustar contas com os acusadores.

Foi o que fez, na semana passada, o procurador da República Deltan Dallagnol contra a União, para atingir o ministro Gilmar Mendes, do STF, que não economizou ao chamar o pessoal de Curitiba de organização criminosa, cretinos, desqualificados, patifes e covardes.
Gilmar reagiu depois de confirmar as suspeitas sobre a origem das centenas de falsas acusações, ilações e suposições publicadas a seu respeito. Vinham de Curitiba, como se viu nos diálogos obtidos pelo The Intercept Brasil.
Essa não foi a única vez em que Deltan crispou-se. Quando o ex-presidente Lula ingressou com ação de reparação por danos morais contra ele, reagiu: era uma tentativa de intimidação.
O então juiz Sérgio Moro mostrou os dentes: perguntou ao ex-presidente se a iniciativa fora dele ou coisa de seus advogados.
É claro que para Dallagnol o seu famoso powerpoint não ofendeu ninguém.
Logo, acusar e ser acusado é algo comum nesse campo. Por que então, depois de ser chamado pelo nome tantas vezes, Dallagnol resolveu processar a União?
Não é difícil concluir. É tentativa de jogar penumbras sobre o barulho que fará o julgamento de um delito com desfecho previsível: a audaciosa manobra para se criar a Fundação Dallagnol, às custas de cerca de R$ 2,5 bilhões da Petrobras.
A cortina de fumaça é bem vinda para quem foi denunciado pela própria Procuradoria-Geral da República de fraudar acordo internacional, com dinheiro dos brasileiros.
O Conselho Nacional do Ministério Público, dessa vez, não terá como se esquivar. Para reforçar a cobrança, deputados petistas ingressaram, mês passado, com nova representação — recheada de documentos e provas.
A aposta de Deltan — que provavelmente sabe como seus conterrâneos de Curitiba reagirão à sua ação — é que, no STF, sua ação caia nas mãos de algum ministro com quem Gilmar se tenha desentendido. Algo que o ministro Sérgio Moro poderá considerar uma tentativa de intimidação.
Não deixa de ser pitoresco que o procurador tenha convocado para representá-lo o mesmo advogado que representou Habib Chater, o doleiro dono do Posto da Torre que operava para Alberto Youssef.
Foi esse posto que emprestou o apelido para o processo em torno de fornecedores de serviços para a Petrobras e que fez de Curitiba sede do Juízo Universal para todos os assuntos e pessoas.  -  (Consultor Jurídico - Aqui).

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