No post "Notas finais sobre o esquema WhatsApp (Terceiro Clichê)", de 5 de dezembro - AQUI -, havíamos prometido não mais voltar ao assunto, mas tivemos de quebrar a promessa. Vale lembrar que ao final do citado post registramos que "...o Esquema WhatsApp, em tese, poderá ser objeto de investigação aprofundada, num futuro próximo ou remoto." Otimismo exacerbado? Sem dúvida.
Mas o fato é que agora retorna, com PGR e PF cheias de dedos...
Mas o fato é que agora retorna, com PGR e PF cheias de dedos...
Segundo o GGN, o professor Miguel Freitas, especialista em telecomunicações da PUC-Rio, enviou para a Procuradoria Geral da República, em novembro de 2018, um relatório com dados que ajudariam a identificar quem foram os primeiros disseminadores de fake news no WhatsApp contra o PT, durante a corrida presidencial vencida por Jair Bolsonaro. Mas quase 2 meses depois do feito, ninguém entrou em contato com o pesquisador.
A PGR enviou o relatório para a Polícia Federal mas, segundo informações da Folha desta quinta (17), o relatório sequer foi anexado no inquérito oficial sobre o caixa 2 no WhatsApp de Bolsonaro, e nenhuma providência foi tomada até agora.
De acordo com a jornalista Patrícia Campos Mello, num primeiro momento, a PF até chegou a negar que recebeu o relatório. Depois, pela assessoria, afirmou que o documento foi recebido "fora dos autos" pelo delegado Thiado Marcantonio, responsável pelo inquérito que apura o disparo em massa de mensagem no WhatsApp que favoreceram o presidente eleito.
O professor escreveu à PGR que o relatório reúne "informações técnicas e indícios sobre as origens de algumas das postagens falsas mais relevantes observadas neste processo eleitoral em grupos públicos de WhatsApp" e que poderia "auxiliar em algumas linhas de investigação quanto ao uso e disseminação das 'fake news' na eleição de 2018."
Freitas coletou dados de um total de 277 grupos de WhatsApp durante a eleição. Identificou 16 notícias falsas de grande circulação. Depois, chegou a "identificadores sobre o primeiro upload de cada vídeo ou imagem de WhatsApp".
Os investigadores poderiam requerer na Justiça o registro que o WhatsApp mantém desses identificadores e, com isso, se chegaria ao IP da pessoa que fez primeiro o upload do material falso, além da data e a hora do envio. A Folha perguntou se alguma providência foi tomada e a assessoria disse apenas que o relatório foi recebido "fora dos autos".
"Segundo o pesquisador, quando um arquivo de mídia é carregado pela primeira vez, ele produz nos servidores do WhatsApp um registro (log) que permite recuperar posteriormente a identificação do usuário que enviou esse conteúdo."
"É tecnicamente possível obter, via judicial, informações sobre a origem de uma mídia digital enviada ou encaminhada na plataforma WhatsApp. Essas informações incluem o número do celular associado, a hora do acesso e o endereço IP do usuário que realizou o primeiro envio dessa mídia para a plataforma. Mídias digitais, tais como fotos e vídeos, encaminhados entre grupos e entre diferentes usuários dentro da plataforma WhatsApp preservam a capacidade de rastreamento ao usuário de origem", afirma o relatório recebido por Procuradoria e PF.
Segundo a jornalista, nos EUA, o WhatsApp já forneceu esses metadados ao FBI (polícia federal americana) algumas vezes, mediante ordem judicial durante investigação de crimes.
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ADENDO
"Funcionária que disparou WhatsApp para Bolsonaro ganha cargo no Planalto" - aqui.
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ADENDO
"Funcionária que disparou WhatsApp para Bolsonaro ganha cargo no Planalto" - aqui.
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