segunda-feira, 5 de março de 2012
A NUDEZ DA VESTAL
"É claro que vai haver desgastes na minha imagem política, mas eu tenho certeza que vai preponderar o seguinte: eu fui relator dos maiores projetos do Brasil e poderia, por exemplo, ter recebido propina das teles para evitar lesão às empresas interessadas (durante a tramitação da proposta que regulamentou, em 2011, o ingresso das empresas de telecomunicações no mercado de TV a cabo). Muita gente do Congresso levou dinheiro. Inclusive goianos. E eu não levei nada. Fiz republicanamente. Eu não faria nada que pudesse desonrar minha família e os goianos. Eu não posso ser condenado por uma amizade. Eu desconhecia a atividade paralela dele e estou absolutamente tranquilo. Sei que o momento é de desgaste, mas, no decorrer de tudo, vai ficar provado que não houve nada. Eu desafio qualquer um a apresentar qualquer prova contra mim. Lamento, o momento é de desgaste, mas vou provar que não fiz nada. Vou provar que sou honrado."
(Senador Demóstenes Torres, DEM-GO, ao jornal O Popular, edição de ontem, 4, tentando justificar sua relação com o 'empresário de jogos' Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo após investigação que deixou evidenciado o 'poder de mando' do bicheiro no governo goiano e com quem Demóstenes manteve 298 contatos telefônicos entre fevereiro e agosto de 2011. Segundo o jornal, o senador 'comemora o fato de o escândalo não estar recebendo a cobertura adequada de veículos como Folha, Globo e Estadão'. Até o momento, reina o silêncio também quanto à grave revelação do senador, consistente em que muita gente do Congresso levou dinheiro, acima destacada).
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