terça-feira, 20 de setembro de 2011

INFIDEDIGNIDADE PÓSTUMA


Caixa tira do ar propaganda que retrata Machado de Assis como branco

A Caixa Econômica Federal suspendeu a veiculação de uma campanha publicitária sobre os 150 anos do banco que retrata o escritor Machado de Assis como um homem branco. A decisão veio após protestos na Internet e um pedido formal da Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), órgão do governo federal com status de ministério.

O comercial criado pela agência Borghierh/Lowe viaja no tempo para mostrar que até os "imortais" foram correntistas do banco público. O problema é que o ator que representa o fundador da Academia Brasileira de Letras e autor de "Memórias Póstumas de Brás Cubas" é branco, sendo que o escritor era mulato.

Na nota oficial em que anuncia a interrupção da propaganda, a Caixa "pede desculpas a toda a população e, em especial, aos movimentos ligados às causas raciais, por não ter caracterizado o escritor, que era afro-brasileiro, com a sua origem racial".

Nesta segunda-feira, também em comunicado oficial, a Seppir classificou como "uma solução publicitária de todo inadequada" a escolha de um ator branco para interpretar Machado, "por contribuir para a invisibilização dos afro-brasileiros, distorcendo evidências pessoais e coletivas relevantes para a compreensão da personalidade literária de Machado de Assis, de sua obra e seu contexto histórico".

Fonte: William Maia, in Última Instância.

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Valeram os protestos. E  cuidemos de louvar - e ler - Machado, o Bruxo da Cosme Velho. 

2 comentários:

  1. A propaganda da Caixa Econômica foi o "Saia Justa" de Mônica Waldvogel
    http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u52471.shtml

    Beijos.

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  2. Cliquei o endereço e 'caí' na incompatibilidade de gênios que marca as quatro protagonistas do Saia Justa. A discussão sobre a propaganda da Caixa deve estar em outra matéria.
    Beijos.

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