Para desespero dos entusiastas do Livre Mercado e detratores do Estado, Barack Obama está submetendo ao Congresso Americano um pacote de medidas visando à regulação do mercado, envolvendo, em linhas gerais:
.criação de conselho de vigilância dos serviços financeiros, presidido pelo Departamento do Tesouro;
.supervisão única do Federal Reserve sobre as maiores instituições financeiras;
.elevação do capital de posse das instituições financeiras (alavancagem);
.criação de agência de proteção a consumidores (supervisão de créditos imobiliários e créditos de consumo);
.obrigatoriedade do registro de fundos de derivativos em órgão regulador;
.revisão das normas sobre securitização;
.controle amplo e rígido das agências de classificação de risco.
É, em resumo, a pá de cal sobre a política da frouxidão adotada inicialmente por Clinton e consagrada escancaradamente por Bush, zumbi de Alan Greenspan (vendeu milhares de exemplares de seus rombudos livros de 'lições macro e microeconômicas'!), frouxidão que no dia-a-dia era capitaneada pelo FED e exercitada pela Securities and Exchange Comission (a CVM de lá), da qual, aliás, o notório Bernard Madoff, o do rombo de US$ 50 bilhões, era conselheiro.
Mas convém lembrar que os neoliberais continuam pregando o Livre Mercado Pintando e Bordando, mesmo após o desemprego em massa, falências em série e repasses, calcula-se, de quatro trilhões de dólares do Estado para bancos, seguradoras e montadoras. Faz parte. O que importa é que o Estado Regulador, enfim, mostra a sua cara. Ponto para Obama.
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