No início, o presidente da plenária, solene, lê nota em que a diretoria de administração (acho) do Senado dá conta da legalidade do uso da verba (R$ 469 mil, de 2005 para cá) relativa a passagens aéreas por parte do senador Tasso Jereissati, que é dono de um jatinho, cujo combustível (fornecido por uma companhia aérea)seria pago com tal verba, não obstante a norma respectiva seja omissa quanto à sistemática.
Se a norma é omissa, o senador agiu ilegalmente, visto que o agente público só pode fazer o que a lei autoriza expressamente. É o que, no direito administrativo/constitucional, se chama de ato vinculado.
O senador sobe à tribuna e, entre compungido e indignado, refuta a denúncia, alinhando uma série de predicados que atestariam sua competência e honradez. Tudo bem. Então, começam os apartes. Haja tempo para tanto encômio! E a sessão se arrasta...
Arthur Virgílio 'ameaça' seus 'adversários' (e de Jereissati e amigos) com CPI para apurar os podres da era Agaciel Maia, ex-diretor-geral do Senado (aquele da mansão e desmandos mil). Ao que parece, a ameaça não se materializará. Retórica.
Prossegue a rasgação de seda.
A certa altura, a tarde já findando, o presidente lembra que há uma pauta a ser cumprida, gorda de requerimentos e projetos de lei. Mas os encômios prosseguem. É noite. A sessão, anuncia o presidente, está prorrogada por uma hora. Vamos que vamos.
Mudei de canal - com uma certeza: hoje muitos assessores receberão hora extra.
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