Desta vez foi assim: operação "Castelo de Areia", sobre lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, evasão de divisas, superfaturamento de obras e suborno a partidos políticos (com trânsito pela FIESP) perpetrados pela empreiteira Camargo Correa, segunda maior do Brasil, atuante em vinte países.
Expedidos 10 mandados de prisão e 16 de busca e apreensão, assinados pelo juiz Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Criminal do Tribunal Regional Federal SP. A Procuradoria da República foi representada por Karen Louise Jeanette Kahn.
Aí, tudo seguiu o velho trâmite: dia seguinte, quase nada nas redes. Os jornalões, solícitos, trazem versões adocicadas de raposas políticas sobre os 'supostos' subornos ("Tudo foi estritamente legal!"). Incomodada por não ver o PT na sopa das agremiações partidárias citadas no processo (PDT, PMDB, PP, DEM, PSB, PPS e PSDB), o UOL trata de estampar que o "PT poderá ser investigado" por suas relações com a Camargo Correa - e tal chamada merece mais destaque do que a atinente aos partidos (já) citados. Baita engenharia.
Um jornalista amestrado, à falta de argumentos para defender seus (deles) interesses, "acusa" o juiz Fausto de Sanctis de haver sido muito explicativo em sua sentença, e vê tal comportamento como eco das críticas (sem citar de quem partiram) recebidas em face dos dois mandados de prisão expedidos contra Daniel Dantas. Um espanto.
No blog de um monstro sagrado da Folha, é abordada a atuação da FIESP. Paulo Skaf sustenta, cheio de dedos, que nada tem a temer, pois tudo o que fez foi interceder por "políticos sérios", merecedores de todos os encômios por parte da classe empresarial, que recebeu "um toque" dele, Skaf. Edificante.
Ou seja, desta vez foi assim (está sendo assim). Sem novidades no front. Mas, é interessante (e até divertido) detectar/pinçar as acrobacias mentais feitas pelos bambas da desconstrução.
Quem sabe com a Satiagraha/Armagedon eles venham a dar com os burros n'água!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça o seu comentário.