terça-feira, 8 de outubro de 2024

LULA BOULOS SEGUNDO TURNO


Miguel Paiva. 

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CHANCE DE BOULOS EM SÃO PAULO DEPENDE DA NACIONALIZAÇÃO DO DEBATE. OU SEJA: LULA X BOLSONARO

Quem elogia Tarcísio são os mesmos que enalteciam Dória há 4 anos. Eles não têm  densidade política, são o sonho de uma elite à procura de um outro Collor ou FHC

A eleição para presidente tem uma dinâmica muito diferente da eleição nos municípios, embora esta sirva para acumular força proporcional, ou seja, é bom para quem quer o poder no Congresso ou mesmo na Esplanada dos Ministérios.

Nesse sentido, a força que emerge dessas eleições é o PSD de Gilberto Kassab, embora seja muito difícil que, um dia, esse partido venha a vencer uma eleição para o Planalto.

Seu papel é o mesmo do MDB, que sempre venceu as eleições municipais, mas nunca um pleito nacional. 

O MDB teve dois presidentes, é fato, mas pela via indireta – um pelo golpe do destino, a morte de Tancredo Neves, que abriu oportunidade a Sarney, e outro pelo golpe político, a derrubada de Dilma Rousseff, que permitiu a Temer subir a rampa.

A eleição para presidente conecta diretamente o povo a um ideal de soberano, que se imagina com força para resolver os graves problemas sociais do País. 

É a mesma dinâmica da eleição em São Paulo (nesse ponto, é diferente da de outros municípios) e, por isso, a única chance que Guilherme Boulos tem de vencer Ricardo Nunes é nacionalizar radicalmente a eleição municipal. 

A disputa tem que ser entre o projeto político de Bolsonaro – Tarcísio é seu poste – e o projeto político de Lula. Nunes, por sua vez, deve ser apresentado como o poste do poste.

Com 11 milhões e meio de habitantes e o quinto maior orçamento do Brasil, São Paulo é uma cidade-estado e é por isso que, mais do que comporta, exige que o debate seja nacionalizado.

Isso já aconteceu no passado, com a eleição de políticos como Paulo Maluf e Luiza Erundina, esta à esquerda, aquele à direita.

Erundina foi eleita depois que o Exército invadiu a CSN em Volta Redonda, e matou três operários, no governo Sarney.

Maluf foi um peixe fora d 'água no final da ditadura e, depois, no início da Nova República.

Se Boulos levar a campanha para o debate puramente administrativo, facilitará o trabalho de Ricardo Nunes. (...).

(Para continuar a leitura deste artigo de Joaquim de Carvalho, clique Aqui).

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