quarta-feira, 9 de outubro de 2024

ENQUANTO OS PROGRESSISTAS NÃO DISPÕEM DE BANDEIRAS

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Eleições revelaram o poder dos governadores para eleger prefeitos, esses se reelegerem e a falta absoluta de instrumentos do governo federal 


Por Luis Nassif, no Jornal GGN

O quadro político é complexo.

Há uma contagem regressiva para as eleições de 2024. Dependendo da votação, a bancada de direita no Senado poderá alcançar uma maioria capaz de acuar o Supremo Tribunal Federal.

Os chamados setores progressistas têm apenas a boia da candidatura Lula. Mas ele está completamente amarrado pelas limitações do orçamento.

Essas eleições revelaram o poder dos governadores para eleger prefeitos, dos prefeitos para se reeleger e a falta absoluta de instrumentos do governo federal, depois que o orçamento foi sequestrado pelas emendas parlamentares.

Por outro lado, a absoluta liberdade das redes sociais tem alimentado de maneira vigorosa não apenas a ultradireita, mas as incursões do crime organizado na política. E não há sinal da constituição de uma maioria visando estabelecer limites. Nem sinal de um discurso dos setores modernos, capazes de se opor à simplificação matadora dos slogans de direita.

O Supremo Tribunal Federal se converteu na única garantia da democracia. Em muitos estados, porém, o poder judiciário atua como agente político, como foi o caso da Paraíba, desestabilizando as forças progressistas e abrindo espaço para a reeleição de um candidato claramente associado ao crime organizado. Em outros lugares, há uma infiltração do crime organizado em organizações sociais, assumindo o controle da saúde e do lixo, sob os olhares acomodatícios de promotores estaduais.

Em algum momento do futuro – sabe-se lá quando – as forças progressistas entenderão que a bandeira a ser estendida é a da solidariedade, mas não apenas como uma manifestação de bons sentimentos e voltada também para o setor produtivo.

Hoje em dia o Brasil é campeão de movimentos sociais exemplares, que ajudaram a tirar milhares de pessoas da miséria e da marginalidade. É o caso do Movimento dos Sem Terra e dos Sem Teto. Falta articular ações que ajudem na organização das pequenas empresas.

Possivelmente, se eleito, e com os recursos de que dispõe a Prefeitura, Guilherme Boulos poderia promover uma revolução social, levando a tradição de organização do MTST para pequenos bares, pequenas farmácias, ajudando a fortalecer o comércio de periferia, os pequenos produtores contra o poder  massacrante das grandes plataformas.

Mas essas experiências precisam vir à tona e serem multiplicadas, como aconteceu anteriormente com o orçamento participativo.

Aliás, é curioso que o PT, dispondo da fundação mais prolífica entre todos os partidos políticos – a Perseu Abramo – não consegue transformar nenhuma das ideias em programa de governo ou em bandeira de partido. - (Aqui).

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Nunca, em tempo algum, o PT foi tão... o quê, mesmo?

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