.
Embaixador chinês na ONU havia alertado que a viagem de Pelosi a Taiwan provocaria "medidas firmes e fortes" da China: "EUA terão que lidar com todas as graves consequências"
A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, desembarcou nesta terça-feira (2), por volta de 11h45 (horário de Brasília) em Taipei, capital da ilha rebelde de Taiwan, que busca se separar da China. Relatos nas redes sociais dão conta de que a aeronave que transportava Pelosi foi escoltado por aviões militares taiwaneses ao se aproximar da ilha. Há também relatos de movimentos em Taipei para receber a congressista.
A visita de Pelosi à ilha acontece em meio a avisos da China a Washington contra a agenda da parlamentar norte-americana. Para o país asiático, a ida de Pelosi a Taiwan viola o princípio de uma só China e é vista como gesto de provocação dos EUA.
Em reunião telefônica entre o presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o estadunidense foi alertado sobre os perigos da viagem de Pelosi: "aqueles que brincam com fogo podem se queimar. Espero que o lado dos EUA possa ver isso claramente".
Nesta terça-feira, a Rússia se manifestou por meio da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país, Maria Zakharova. Os russos veem a visita da congressista estadunidense como "provocação" e reiteram ser contrários à independência de Taiwan "de qualquer forma".
O embaixador chinês na Organização das Nações Unidas (ONU), Zhang Jun, afirmou que seu país vê a visita de Pelosi como "perigosa e provocativa" e alertou: "a China está totalmente preparada para responder. Se os EUA insistirem em fazer a visita, a China tomará medidas firmes e fortes para salvaguardar sua soberania e integridade territorial, e os EUA terão que lidar com todas as graves consequências que daí advirem". - (Aqui).
................
Após a presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, desembarcar na ilha separatista de Taiwan nesta terça-feira (2), o Ministério das Relações Exteriores da China se manifestou por meio de comunicado citado pela Televisão Central do país.
A chancelaria chinesa afirma que os Estados Unidos "violaram gravemente" o princípio de 'Uma Só China'. "Em 2 de agosto, a presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, ignorando os fortes protestos e declarações solenes da China, visitou a Taiwan chinesa, violando gravemente o princípio de Uma China e os três comunicados conjuntos China-EUA".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China também se pronunciou, afirmando os EUA "infringiram severamente a soberania e a integridade territorial da China". Leia na íntegra:
"No dia 2 de agosto, a despeito da oposição forte e das representações severas da China, a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, visitou a região Taiwan da China. É uma violação severa do princípio de Uma Só China e as estipulações dos três comunicados conjuntos China-EUA. Tem impacto severo na base política das relações China-EUA, infringe severamente a soberania e a integridade territorial da China, prejudica severamente a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan, e emite um sinal severamente errado às forças secessionistas da 'independência de Taiwan'. A China opõe-se firmemente e condena veementemente isso, e já fez as representações severas e protestos fortes contra os EUA.
Existe no mundo apenas uma China, e Taiwan é uma parte inalienável do território da China. O Governo da República Popular da China é o único governo legítimo que representa toda a China. É claramente reconhecida pela Resolução 2758 da Assembleia Geral das Nações Unidas em 1971. Desde a fundação da República Popular da China em 1949, 181 países estabeleceram as relações diplomáticas com a China com base no princípio de Uma Só China. O princípio de Uma Só China é um consenso geral da comunidade internacional e uma norma básica de relações internacionais.
Em 1979, os Estados Unidos fizeram um claro compromisso no Comunicado Conjunto sobre o Estabelecimento das Relações Diplomáticas China-EUA de que, 'os Estados Unidos da América reconhecem que o Governo da República Popular da China é o único governo legítimo da China. Neste contexto, o povo dos EUA manterá as relações culturais, comerciais e outras relações não oficiais com o povo de Taiwan'. O Congresso dos EUA, como uma parte do governo dos EUA, deveria ter respeitado as políticas de Uma Só China do Governo dos EUA e não efetuado qualquer intercâmbio oficial à região de Taiwan. A China tem-se oposto às visitas dos deputados do Congresso dos EUA à região Taiwan da China e as entidades executivas dos EUA têm a responsabilidade de as impedir. A presidente Nancy Pelosi é a líder incumbente do Congresso dos EUA, e a sua visita e as atividades em Taiwan, de qualquer forma e de qualquer razão, é uma grave provocação política para escalar os intercâmbios oficiais dos EUA com Taiwan. A China não aceita isso de forma alguma e o povo chinês rejeita absolutamente isso.
A questão de Taiwan é a questão central mais importante e sensível nas relações entre a China e os EUA. O Estreito de Taiwan está enfrentando uma nova rodada de tensões e desafios severos, e a razão fundamental reside na alteração repetida do status quo pelas autoridades de Taiwan e pelos EUA. As autoridades de Taiwan procuram a independência, contando com o apoio dos EUA, recusam a reconhecer o Consenso de 1992, praticam a desinicização e promovem 'a independência gradual'. Os Estados Unidos mantêm a intenção de usar Taiwan para conter a China, distorcem, obscurecem e esvaziam o princípio de Uma Só China, intensificam os intercâmbios oficiais com Taiwan e respaldam as atividades secessionistas da 'independência de Taiwan'. Tudo isto são atos muito perigosos como se brincasse com o fogo, e quem brinca com o fogo acaba se queimando. - (Para continuar, clique Aqui).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça o seu comentário.