sábado, 23 de julho de 2022

EM PORTUGAL, ARTISTA BRASILEIRO DIZ EM OBRA QUE 'NÃO FOI DESCOBRIMENTO, FOI MATANÇA'


No DCM:
Rodrigo Ribeiro Saturnino foi alvo (em Portugal) de ataques após expor uma obra que dizia “Não foi descobrimento, foi matança”, referindo-se à colonização do Brasil.. A bandeira feita pelo artista foi exibida na amostra Interferências do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia de Lisboa.

Além da bandeira, ele tem outras três peças na exposição. Rodrigo descreve seu trabalho como decolonial e antirracista, e conta ter sido ofendido por conta das faixas. (Nota deste Blog: Decolonial: é um pensamento que se desprende de uma lógica de um único mundo possível -lógica da modernidade capitalista- e se abre para uma pluralidade de vozes e caminhos. Trata-se de uma busca pelo direito à diferença e a uma abertura para um pensamento-outro../ Wikipedia).

“As pessoas acabam de alguma forma atacando o meu trabalho e atacando a minha obra de uma forma muito agressiva, com muito ódio e muita xenofobia”, afirmou ao jornal O Globo. Ele mora no país desde 2007 e se mudou para fazer um mestrado.

ROD, como o artista é conhecido, recebeu críticas de membro do partido conservador CDS – Partido Popular, Bruno Felipe Costa. Ele disse que a obra seria “uma vergonha e uma ofensa a Portugal e à sua história”.

Um professor de Direito da Universidade de Lisboa sugeriu boicote ao museu e disse que ele “exibe exposições de lixo ideológico da extrema-esquerda mais odiosa (...) que são um insulto para Portugal”.

“O que eu achei interessante é que a proposta partiu de mim e teve esse momento de debate interno, de preocupação como o museu se posicionaria. Seria da parte do museu uma afirmação política acolher aquela peça dentro daquele espaço”, diz Rodrigo.  -  (DCM - Aqui).

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Uma leitora observou: "Pois é. Temos um bairro, em Salvador, chamado Rio Vermelho. Rio Vermelho porque um riacho que passa pelo bairro ficou vermelho do sangue dos índios mortos pelos portugueses. Hoje o Rio Vermelho é um point boêmio, muito frequentado pelo povo da terrinha, visitantes, estrangeiros.", acrescentando: "temos muitos outros rios para serem chamados de vermelho e pelo mesmo motivo acrescidos, ainda, pelos periféricos, pretos, pobres, quilombolas, esquerdas". 
Ao que um leitor amplia: "Desde o golpe militar que instaurou essa republiqueta de golpistas militares, o brasileiro sente tesão em se voltar contra Portugal. Isso é herança do golpe militar de 1889, e não algo 'decolonial'". Nada obstante, não há negar.
(Interessante capítulo à parte seria o intitulado 'O Papel da Igreja'...).

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