domingo, 12 de junho de 2022

ONDE ESTÃO DOM E BRUNO?

               (Los Angeles, jun/22, quando da Cúpula das Américas)

"Algumas das principais entidades de defesa da liberdade de expressão e de imprensa do mundo e do Brasil apresentaram nesta sexta-feira um pedido de medidas cautelares junto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos para 'proteger a vida e a integridade' de Dom Phillips e de Bruno Araújo Pereira. Eles estão desaparecidos na Amazônia desde 5 de junho.

Assinaram o documento a Artigo 19, Instituto Vladimir Herzog, La Alianza Regional por la Libre Expresión e Información, Reporters sem Fronteira, ABRAJI e o Washington Brazil Office, entre outras. (...)."

Assim o jornalista Jamil Chade inicia a reportagem "Entidades pedem medidas cautelares contra Brasil por desaparecimentos no AM", publicada no UOL  - Aqui -, em meio a questionamentos formulados por leitores da Folha, que acusam repórter e entidades de parcialidade por atribuírem ao governo brasileiro, a priori, a responsabilidade pelo acontecimento. 

É, sim, patente que, em geral, 'atribui-se' ao governo, de cara, a responsabilidade pela ocorrência, o que não soa justo. Em contrapartida, é notório o fato de que o governo federal estimula a prática, especialmente na região amazônica, de iniciativas como garimpo e extração de madeira, e que, leniente e obcecado em conter despesas, enfraquece, na região e no País, a estrutura dos órgãos encarregados da preservação do meio ambiente. A propósito, vale a referência ao artigo "Os Donos Do Javari" - Aqui -, produzido pela Revista Piauí, reproduzido neste Blog em 11.06, que destaca até mesmo a ação do narcotráfico.

Uma vez ressalvado o ranço especulativo que perpassa a questão, reproduzimos trechos de abordagem publicada por Antonio Mello em seu Blog (Aqui): 

Jornalista e indigenista provavelmente foram mortos numa emboscada, denuncia indígena da região


Com a condição ter preservada sua identidade, um indígena revelou ao site Amazônia Legal que o indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips foram vítimas de uma emboscada. A testemunha faz parte de uma equipe de 13 vigilantes indígenas que circulavam com o jornalista e o indigenista pela região do Vale do Javari, em Atalaia do Norte, no Estado do Amazonas, na fronteira com o Peru.

Indigenista e jornalista estão desaparecidos desde a manhã de domingo, 5, e até o momento não se tem notícia deles nem da embarcação em que viajavam.

Pelo relato, por volta das 4 horas do domingo (5), o indigenista e o jornalista avisaram que iriam conversar com o ribeirinho “Churrasco”, presidente da comunidade São Rafael. Dias antes, eles já haviam cruzado com um outro grupo em uma embarcação de 60 HP, motor considerado incomum para navegar em cursos d’água (furos e igarapés) mais estreitos. Este grupo que cruzou com os indígenas fez questão de mostrar que estava armado e fez intimidações. Alertados e preocupados com a situação, os indígenas chegaram a pedir que Bruno, que já foi chefe da Coordenação Regional Vale do Javari e coordenador geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Funai, não prosseguisse sem segurança. “Aí ele disse: ‘Não, eu vou baixar só, vou baixar cedo, vou pegar eles de surpresa’.” 

Segundo o indígena, Bruno e Dom foram recebidos apenas pela mulher de “Churrasco”, que ofereceu a eles “um gole de café e um pão”. Depois, seguiram viagem em um barco da Funai com motor de 40 HP. Nessa comunidade, haveria uma embarcação de 60 HP, fornecida por narcotraficantes para os ribeirinhos. Com um motor dessa potência, seria muito fácil alcançar o barco do jornalista e do indigenista pelo rio. A suspeita, segundo essa fonte, é que “um traficante mandou o 60 (HP do motor) para lá exatamente esperando a vinda do Bruno, porque com certeza existe informante na cidade (de Atalaia do Norte) e tinha a informação de que o Bruno ia chegar na região”.

Confirmadas as mortes, mais dia, menos dia (ainda que demore milhares de dias, como no caso Marielle), os executores serão apanhados. (...). (Leia a reportagem completa no Amazônia Legal).

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