É o caso da lenda da “Petrobras quebrada”, alimentada pela mídia no período pós-2016, para fornecer álibis para privatizações de subsidiárias. Tratava-se de uma fakenews, uma notícia falsa.
No entanto, a mentira da quebra da Petrobras se estendeu por anos, enquanto se vendiam refinarias, BR Distribuidora, gasodutos. E, em 2016, pela primeira vez na história se aplicava aos preços praticados o PPI (Preço de Paridade de Importação), medida exclusiva de países importadores. Atribui-se a Pedro Parente, que implementou essa medida, a “salvação” da Petrobrás. Mais uma mentira!
Segundo a Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET), o PPI serviu apenas para viabilizar a importação de derivados, especialmente de refinarias americanas. A razão é simples. Qualquer país racional buscaria a auto-suficiência na energia. A Petrobrás garante essa auto-suficiência a um custo imensamente inferior ao PPI – custo que leva em conta as cotações internacionais e o transporte.
Com o aumento de preços, a Petrobras abriu espaço para os derivados importados, perdendo 30% do mercado para suas refinarias. Ganharam os importadores.
Mais que isso, estudos da própria AEPET mostram que a redução da dívida líquida de US$ 115,4 para US$ 69,4 bilhões, e a alavancagem (dívida líquida/EBITDA ajustado) caiu de 4,25 para 2,20 entre o final de 2014 e 2018.
A venda de ativos respondeu por apenas 25,65% dessa redução. Os quase 75% restantes decorreram das atividades operacionais da empresa, que poderia ter sido bem melhor caso não tivesse perdido as receitas das subsidiárias privatizadas.
A redução dos juros pagos, devido às privatizações, foi de US $966,52 milhões por ano. Já a redução das receitas, em função da venda de ativos, foi de US $2,34 bilhões.
Como ficamos? Como pode um país com as dimensões do Brasil navegar pela economia sem bússola, exposto às intempéries de notícias falsas bancadas pelos próprios jornalistas?
Por exemplo, a privatização da Eletrobras fará com que jogue no mercado livre os contratos de longo prazo com distribuidoras, que garantem uma tarifa razoável para consumo residencial e de pequenas empresas. Haverá uma explosão tarifária tão evidente quanto a grosseria de Bolsonaro. Por que o jornalista insiste que haverá mais investimentos e menos tarifas? Ignorância? Desonestidade intelectual?
Seja o que for, confirma a máxima de que o maior custo Brasil é a mídia."
(De Luis Nassif, texto intitulado "As mentiras que levam à privatização das estatais",
publicado no Jornal GGN - Aqui -, de que é titular.
Como pode um país com as dimensões do Brasil navegar pela economia sem bússola, exposto às intempéries de notícias falsas bancadas pelos próprios jornalistas?).
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