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Após a decretação da falência, em 1991, da URSS - por danos irreparáveis provocados pela 'Nomenklatura' -, os países do ex-bloco passaram a ser assediados pela OTAN e a ela foram paulatinamente se filiando. De repente, a Rússia se viu cercada, e quando a 'república-anciã', Ucrânia, passou a bola da vez, Putin chutou o balde do Direito Internacional, compelido por um irresistível, providencial 'estado de necessidade'. Eis aí o resumo simplório do drama.
O mundo jamais será o mesmo - mas as discussões sobre o drama perdurarão.
A seguir, artigo de Antonio Mello, escritor, titular do veterano Blog do Mello:
A famosa frase de Karl Marx em complemento a Hegel é “a história do mundo ocorre, por assim dizer, duas vezes: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”.
Volodymyr Zelensky, o comediante que virou presidente da Ucrânia, inverteu a frase. O que começou como uma farsa pode se transformar em tragédia para o povo ucraniano.
Zelensky é um comediante muito popular na Ucrânia, que fazia sátira de políticos. Em seu programa, ele se lançou candidato e virou presidente, prometendo uma nova política, sem corrupção etc., talquei?
Não satisfeito em virar presidente em seu programa de humor, Zelensky aproveitou a popularidade e se candidatou a presidente com o mesmo discurso do comediante. E se elegeu.
Que ele não abandonou a veia de comediante fica claro na resposta no Twitter oficial da Ucrânia ao envio de tropas russo: a charge que ilustra a postagem em que Hitler acaricia Putin, como que aprovando a decisão russa.
No entanto, Zelensky é que é fortemente apoiado por grupos neonazistas, capitaneado pelo "Movimento Azov, organização paramilitar integrada por células neonazistas e acusadas de crime de guerra nos confrontos na região separatista de Donbas. Tortura, saques, estupros, limpeza étnica e perseguição a judeus e homossexuais são alguns dos delitos atribuídos ao movimento".
O Azov é a principal força de resistência nas bordas da região separatista de Donbas. O local é palco dos confrontos no extremo-leste ucraniano, onde dois territórios se declaram independentes, a República de Donestk e a República de Lugansk, reconhecidas por Putin na terça-feira 22. O Azov arma e treina ucranianos na região de Mauripol e arredores; na cidade litorânea retomada dos separatistas, os integrantes do grupo são tratados como heróis. [CartaCapital]O Azov usa ostensivamente a suástica nazista. É a eles que se referiu Putin em trecho do seu discurso em que explicou o envio de tropas à região:
"As repúblicas do Donbass nos procuraram e pediram ajuda. O objetivo [da 'operação militar especial'] é proteger o povo do abuso e do genocídio a que ele vem sendo submetido pelo regime de Kiev. Para isso, vamos buscar desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia, e levar à justiça aqueles que cometeram numerosos crimes sangrentos contra um povo pacífico, incluindo cidadãos russos", disse Putin. [Folha]
É parte da verdade, mas não é a verdade toda. Porque o interesse principal de Putin é de não permitir o ingresso da Ucrânia na União Europeia e, principalmente, na OTAN, o que praticamente cercaria a Rússia de exércitos aliados dos EUA.
Repare no gráfico abaixo, como a Rússia vem sendo cercada pela OTAN, com novos membros sendo acrescentados desde o fim da antiga União Soviética.
Putin age agora como os Estados Uniram na década de 1960 com a chamada Crise dos Mísseis de Cuba. Os EUA ameaçaram guerra total caso os mísseis soviéticos fossem colocados em Cuba, a menos de 150 km da fronteira de Miami. (...) - (Fonte: Blog do Mello - Aqui).
Muito esclarecedor! Obrigada e abraço
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