quinta-feira, 5 de agosto de 2021

A CONJUNTURA SEGUNDO SOLNIK


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Jogando mais uma vez no lixo o decoro do cargo, a constituição e qualquer resquício de civilidade, Bolsonaro fez, agora há pouco, a maior ameaça explícita que algum presidente da República já fez, na história recente, a qualquer autoridade do país.

Afirmou, à rádio 93 FM, do Rio de Janeiro, a respeito do ministro do STF, Alexandre de Moraes: “A hora dele vai chegar”. 
A frase já foi dita por mafiosos de filmes de Martin Scorcese ou de Quentin Tarantino ou por milicianos da Muzema. Nunca saiu da boca de um presidente da República.
“Não dá para continuarmos com ministro ditatorial”, decretou.
O ministro pode entender que é ameaça à sua integridade física, pedir reforço de segurança e abrir outro inquérito contra o presidente da República, mais grave ainda que o das fake news."  

(De Alex Solnik, em post desta data publicado no Brasil 247, intitulado "Frase de Bolsonaro sobre Alexandre de Moraes é típica de mafiosos" - Aqui.
O silêncio dos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, dois dos mais 'visados' pelo Presidente, certamente intriga a muitos: "Pô, como é que se pode explicar tamanha falta de reação direta!". Mas os dois se mantêm nos trilhos, apenas jogando aqui e ali algum comentário irônico, nunca partindo pra 'radicalização unilateral'. Por quê? Este Blog se permite arriscar: os ministros citados integram o TSE, é de lá que poderá partir o petardo capaz de destituir sumariamente a chapa Bolsonaro Mourão. Quanto mais Bolsonaro intensifica as investidas e os dois ministros deixam de 'explodir', mais o Planalto se vê sem a possibilidade de invocar a suspeição de ambos para julgar a chapa, o que 'garantiria' o jogo com a mídia/opinião pública: "Ah, eles não têm a isenção requerida, são nossos desafetos contumazes, não podem nos julgar!"  Louvemos, pois, a postura dos senhores ministros.
É lícito dizer que a providência adotada nesta data pelo Supremo - cancelamento de reunião programada - homenageia a estratégia acima exposta.
E viva a Constituição!).

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