domingo, 28 de março de 2021

DA SÉRIE 'RECORDAR É VIVER'

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Foram anos de análises e reflexões sobre procedimentos do ex-juiz e seus doutos parceiros. De um lado, atitudes flagrantemente abusivas - como a  'condução coercitiva' do ex-presidente Lula, em março de 2016 (sem que antes tivesse sido ele intimado e se recusado a comparecer, exigência expressa da Lei), ou delações premiadas arrancadas a fórceps, em completo desacordo com lei específica sobre o instituto, como o dispositivo que impõe o oferecimento de provas que corroborem os atos delatados. De outro, uma, digamos, esperteza de origem, a comprometer toda a operação Lava Jato: o estabelecimento de um "Horizonte Temporal" para as investigações, cujo marco inicial era o início do governo Lula - o que mantinha intocados os atos que eventualmente fossem mencionados envolvendo governos passados, em especial o do antecessor de Lula, FHC. Exemplo do privilégio: O senhor Pedro Barusco, um dos dirigentes da Petrobras que o governo Lula teve de manter na corporação, entre outros, confessou que seus 'ganhos ilegais' tiveram início quando atuava como gerente de vendas internacionais da Petrobras, cargo para o qual houvera sido nomeado em 1996, por aí. Os tais atos não foram considerados, em razão do "Horizonte Temporal", que 'desconsiderava' FHC. 
Diante de tudo isso, era natural que alguns analistas isentos se limitassem a colecionar os episódios marcantes patrocinados pela Lava Jato - os quais o Intercept Brasil e a Operação Spoofing se incumbiram de denunciar e que de certa forma fortaleceram a decretação da suspeição do ex-juiz Moro pela Segunda Turma do Supremo. (Os procuradores, enquanto isso, se inquietam, como se vê Aqui). 
Mas, voltemos ao tema principal - em texto que remete ao passado:

              (
Juiz Furlan, ex-juiz Moro e Karnal)

Parceiro de Vinhos de Moro, ou 'Recordar é Viver'

Por Antônio Augusto

"Este bem-pensante, o professor midiático de História, gênero auto-ajuda, Leandro Karnal, disse, entre outras balelas, que "o socialismo, hoje, limita-se a alguns diretórios estudantis da área de Humanas". Gosta de aparecer.

Karnal postou esta foto há poucos anos quando o farsante golpista Sérgio Moro vivia, dia e noite, sob elogios no proscênio da mídia venal e golpista, Rede Globo à frente.

Os desmascaramentos sucessivos da Farsa-Jato, divulgação das conversas criminosas da máfia lava-jatista pelo "The Intercept Brasil", retiraram Moro de vez do pedestal. De maneira crescente as verdades da luta política se encarregaram de levá-lo à desmoralização irreversível.

O marreco é o juiz que grampeia escritório de advogado, prática abjeta para a qual a OAB recomenda cassação de carteira profissional.

Num atentado ao código processual penal legal, valeu tudo na sua atuação. Cúmplice da promotoria, fabricou acusação contra Lula, forjou falsos pretextos, apresentados como "provas" sem qualquer apoio factual.

Estrela da promotoria, Deltan Dallagnol, vulgo Branca-de Neve, o palestrante milionário de nove em cada dez corporações.

"LAWFARE" CONEXÃO USA

Não bastassem todos esse ilícitos criminosos de Moro, e dos comparsas (que ilícitos!), ainda se subordinaram a autoridades do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Tinham trânsito também na CIA e com seus agentes.

Pouco depois de assumir como ministro da Justiça de Bolsonaro, em março de 2019, Moro visitou a sede da CIA, na Virgínia. Recebeu deferências nessa notória organização terrorista, de presença desestabilizadora em todos os continentes.

Foi articulador de outro atentado à soberania nacional: o que levou a Petrobras a pagar indevidamente multa de 9 bilhões de dólares em tribunais americanos.

E queria transferir ilegalmente US$ 2 bilhões dessa fatura para sua vara judicial em Curitiba, intento não conseguido porque o assunto veio a público.

Moro negociou com autoridades judiciais americanas sem nenhuma competência ou autorização governamental.

Chegou a ponto de, juiz de primeira instância, grampear a presidenta da República, também obviamente sem autorização, à revelia do STF. Passou à Globo a fita, mesmo com decisão judicial proibitiva.

Não havia nada nas gravações contra Dilma e Lula, conversas de lisura transparente.

Mas as caras e bocas dos dois teleatores picaretas do "Jornal Nacional", William Bonner e Renata Vasconcelos, interpretaram o diálogo do "ela disse", "aí ele disse", como evidência da mais nefasta conspiração.

No "timing" do "script" golpista, Moro desempenhou papel-chave no impedimento à candidatura de Lula em 2018.

Tornou-se beneficiário desta violência antidemocrática, de trágicas consequências (por exemplo, as centenas de milhares de mortes evitáveis da epidemia). No governo Bolsonaro, virou ministro da Justiça, beneficiário direto da não-candidatura de Lula,

"JUSTIÇA QUE TARDA E... FALHA"

O STF, agora, tardiamente - embora menos mal que nunca -, diante de tantas ilegalidades, considerou nulos os processos contra Lula. Viciados, parciais; desrespeito perpetrado por Moro às regras mais elementares do Direito.

A "República de Curitiba", pela decisão do STF, caracterizada como tribunal de exceção.

Mostrou-se mais uma vez que "a justiça tarda... e falha". Ou Bolsonaro não continua na sua destruição diária do país? Quem ressuscitará os muitos mortos desnecessários da Covid-19, causados pelo desgoverno extremista? E o prejuízo de múltiplos atos impopulares, antidemocráticos, de lesa-Pátria, cometidos diariamente pelo genocida?

Os falsos justiceiros de Curitiba, "paladinos" seletivos da luta "contra a corrupção", seguiram, de maneira explícita e direta, o novo modelito de golpe de Estado patrocinado pela Casa Branca, baseado na perseguição judicial sistemática ("lawfare"), nas permanentes mentiras midiáticas, na atuação de notórios parlamentares corruptos (padrão pastor Eduardo Cunha), na conivência do alto comando militar, de setores privilegiados e repressivos do aparelho de Estado (como mostrou a atuação da Polícia Federal).

A Globo, golpista sempre, segue em defesa de Moro, mesmo depois da desmoralização da Lava-Jato, e da decisão do STF a respeito da nulidade dos processos contra o ex-presidente Lula. É verdade que não dá mais para a rede dos Marinho incensar dia e noite o farsante de Curitiba, mas mostra empenho em livrar a cara (-de-pau) dele. Maneira de continuar sua guerra contra o ex-presidente Lula, e qualquer ideia efetivamente progressista.

Karnal e Moro têm mais coisas em comum além de vinhos no mesmo jantar: uma óbvia, o gosto de aparecer.

Pode ser que Karnal venha a obter, como Moro, favores da Globo, Discutíveis, mas para quem gosta de holofotes, é a glória.

Talvez Karnal acabe no "Big Brother Brazil" da Globo.

Um novo perfil para "renovar" o BBB, "marketing" da lei da selva capitalista, todos agindo sordidamente contra todos: Karnal encarnaria a personagem "cult" na renovação do "reality show".

O Sansão careca da História midiática para as multidões no "padrão Globo de produção".  -   (Fonte: Boletim Carta MaiorAqui).

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