No 247:
O jornal Folha de S. Paulo, que representa os interesses da classe dominante no Brasil, decidiu abandonar o ex-ministro Sérgio Moro e, pela primeira vez, apoiar a sua suspeição no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O motivo: as estarrecedoras revelações sobre a Lava Jato feitas por Walter Delgatti.
"Desde que vieram a público, em junho de 2019, os primeiros vazamentos de conversas entre investigadores da Lava Jato e o então juiz Sergio Moro, ficou evidente que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não teve um julgamento imparcial no caso do famigerado apartamento de Guarujá (SP). As gravações mostraram uma proximidade inaceitável entre magistrado e acusadores, o que é razão suficiente para a suspeição", aponta o editorial deste sábado.
O jornal também condena as posturas de Deltan Dallagnol e (delegada) Érika Marena. "Por decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, colocou-se o material à disposição dos advogados de Lula. À medida que mais mensagens vão sendo examinadas, mais heterodoxias vão sendo descobertas. É particularmente chocante o diálogo entre dois procuradores debatendo o que devem fazer diante da informação de que uma delegada da Polícia Federal havia lavrado termo de depoimento de testemunha que não fora ouvida", aponta o texto. - (Aqui).
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Nada a destacar, além do fato em si, ou seja, de a Folha reconhecer, em editorial, as ilegalidades praticadas pelo ex-juiz e força-tarefa, implodindo o pífio argumento (desmontado pelo ministro Lewandowski) dos principais protagonistas, Moro e Dallagnol, consistente em que o monumental rol de mensagens hackeadas pode ter sido manipulado por Delgatti e parceiros.
Merece registro, também, o estilo Folha de redação: em lugar de "ilegalidades flagrantes", "heterodoxias", em vez de "depoimento forjado", "termo de depoimento de testemunha que não fora ouvida".
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