.
Revelações em torno do caso Zanin deveriam ser questionadas após as informações divulgadas pela Vaza Jato, mas não é isso o que está acontecendo
Do Jornal GGN:
A operação Lava Jato do Rio de Janeiro deu mais um sinal de sua força política nesta semana, ao usar a força do Estado para atingir a quem considera inimigo político – agora, os escritórios advocatícios que prestam serviços aos réus da operação.
Um exemplo disso é a acusação que tem sido feita contra o advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin, envolvendo um esquema de desvio de dinheiro por meio da Fecomercio-RJ (Federação do Comércio do Rio de Janeiro), envolvendo tráfico de influência no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os valores recebidos da associação entre 2013 e 2016 chegariam a R$ 67,8 milhões.
Como mostra o The Intercept Brasil, tais revelações deveriam ser questionadas principalmente após as revelações da Vaza Jato, e mesmo se as acusações forem comprovadas, existe um problema de atropelo das leis, uma vez que o caso foi estruturado a partir de diversas irregularidades consideradas normais entro do lavajatismo.
A publicação ressalta que a acusação “é capenga, carece de provas e está basicamente sustentada pela delação premiada de um criminoso — o que é um clássico lavajatista”. A delação premiada do ex-presidente da Fecomércio-RJ Orlando Diniz, preso em fevereiro de 2018, foi negociada durante anos, mas ela só foi homologada pelo juiz federal Marcelo Bretas (notório bolsonarista e lavajatista) no mesmo dia em que a denúncia envolvendo Zanin foi apresentada pelo MPF.
“Só o fato de estar sob a alçada da Lava Jato do Rio já é um escândalo em si. Não tem absolutamente nada a ver com a Petrobras mas, como já é de costume, a operação tem suas próprias leis e faz o que der na telha”, afirma a publicação. “As delações devem ser acompanhadas de provas. Trata-se de um requisito legal básico, mas não é isso o que acontece. Delações sem provas sempre são aceitas, e o baile continua seguindo a mesma música”. - (Aqui).
Leia Também
TRF-2 julga Bretas por participação em ato político de Bolsonaro
Advogados apostam que Esquema S será anulada, e Lava Jato já prepara contra-ataque
Advogados se articulam para pedir afastamento de Bretas da Lava Jato
Zanin diz que ainda vai revelar como membros da Lava Jato foram “indevidamente remunerados”
...............
Enquanto isso, "Relator no STF diz que Lava Jato é pautada na legalidade" - UOL - Aqui.
O relator da Lava Jato é o ministro Edson Fachin.
O leitor atento perceberá que a força-tarefa da Lava Jato Curitiba não está contemplada pelo juízo de valor por ele externado - mas o detalhe passará despercebido pelos leitores apressados, aqueles que não costumam ler a íntegra das matérias, fixando-se basicamente na manchete e, quando muito, no parágrafo inicial.
Não sabemos se a Lava Jato Rio de Janeiro de alguma forma atua no Supremo.
De qualquer modo, o que este Blog espera é que a Segunda Turma ou o plenário do STF deliberem sobre o pedido de suspeição de Sérgio Moro em face dos processos movidos contra o ex-presidente Lula.
"Relator dos processos da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Edson Fachin afirmou em relatório enviado ao novo presidente do tribunal, Luiz Fux, que a operação atua pautada pela "legalidade constitucional" e no combate à impunidade.
'Os trabalhos são pautados pela legalidade constitucional e vão de encontro à renitente garantia da impunidade que teima em fazer a viagem redonda da corrupção', escreve o ministro, em ofício enviado ao presidente do STF com estatísticas dos processos que tramitam na corte relacionados à operação.
A iniciativa do ministro, feita por ocasião da troca na presidência do STF, acontece num momento de enfraquecimento da Lava Jato e de questionamentos à legalidade de atos da operação.
No relatório, Fachin se refere à atuação nos processos da operação perante o Supremo. A força-tarefa da Lava Jato formada por procuradores da República de Curitiba não atua no STF, mas sim a PGR (Procuradoria-Geral da República). ...".
[Para continuar, clique Aqui].
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça o seu comentário.