domingo, 6 de setembro de 2020

CHINA, CUBA E RÚSSIA AVANÇAM NA PRODUÇÃO DA VACINA CONTRA A COVID

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"Os principais veículos de comunicação do mundo propiciam diariamente uma enxurrada de informações - e fazem proselitismo - sobre as vacinas em desenvolvimento nos EUA e Reino Unido, ao passo que desinformam, omitem e tergiversam sobre experiências promissoras como são as das vacinas chinesas, a russa e a cubana", escreve o jornalista José Reinaldo Carvalho, editor internacional do Brasil 247


Por José Reinaldo Carvalho 
O mundo se aproxima de maneira assustadora de 30 milhões de casos da covid-19, e de um milhão de mortos. Neste sábado (4), os dados oficiais da Organização Mundial de Saúde indicam 26.622.706 de casos confirmados e 874.708 mortes.
Em tal cenário, passa ao primeiro plano das medidas de prevenção, controle e combate à doença a descoberta e a produção em larga escala de uma vacina que seja a um só tempo segura e eficaz, com capacidade plena de imunização. 
A mobilização para alcançar tal objetivo deve ser total. Governos, organizações multilaterais, a comunidade científica, agentes econômicos, a sociedade em geral devem mancomunar esforços para cumprir o sagrado dever da defesa da vida. Nesse quadro, merecem condenação veemente ações negacionistas de governantes, baseados em concepções retrógradas e obscurantistas, que de alguma maneira opõem restrições à vacinação, como fez o ocupante do Palácio do Planalto. 
Contra essas concepções e atitudes, valem a ciência e a cooperação internacional. É o que salva vidas, enquanto à retórica negacionista está reservada o lixo da história. 
“Neste momento, 172 economias estão envolvidas em conversas para potencialmente participar do Covax, uma iniciativa global que tem o objetivo de trabalhar com fabricantes de vacinas para fornecer aos países em todo o mundo o acesso equitativo a vacinas seguras e eficazes assim que licenciadas e aprovadas”, assinala um informe da Opas Brasil, vinculada à Organização Mundial de Saúde. 
O mundo tem hoje em desenvolvimento cerca de 170 candidatas a vacina contra a covid, 24 delas em fase de testes clínicos em humanos. São dados promissores, que despertam esperança e confiança. Há uma fundada expectativa de que o aziago ano de 2020 termine com algumas dessas vacinas já aprovadas e em condições de distribuição maciça. Ou no mais tardar, nos primeiros meses de 2021. Entre estas, destacam-se as vacinas chinesas, a russa e, em uma primeira escala de desenvolvimento, a cubana.
Em um mundo globalizado, marcado por feroz competição de mercados e por hegemonia, a corrida pela vacina é parte integrante do cenário econômico e geopolítico.   
Esta corrida vem desde janeiro, quando apareceram as primeiras mortes e os casos de infecção pelo novo coronavírus se multiplicaram e cresceram em flecha. 
Os Estados Unidos difundem que sua vacina ficará pronta no mês de outubro. De olho na reeleição, Donald Trump promete valer-se da capacidade tecnológica da gigante farmacêutica Pfizer para promover a vacinação da população estadunidense. A empresa, por seu turno, apresta-se a comparecer no mercado e ganhar bilhões de dólares com a venda da vacina. 
No vértice do sistema capitalista, outra vacina que aparece com perspectivas de sucesso imediato é a desenvolvida em conjunto pela Universidade de Oxford e a farmacêutica Astrazeneca. O instituto científico brasileiro Fiocruz tem um convênio para sua produção em nosso país. 
Os principais veículos de comunicação do mundo propiciam diariamente uma enxurrada de informações - e fazem proselitismo - sobre essas duas vacinas em desenvolvimento, ao passo que desinformam, omitem e tergiversam sobre experiências promissoras como são as das vacinas chinesas, a russa e a cubana.
Apenas na sexta-feira (4), após a publicação de um estudo na renomada revista científica Lancet, a vacina russa Sputnik V ganhou "foro de cidadania" global entre as vacinas candidatas, segundo esses veículos de comunicação. 
A revista reconheceu que a vacina russa induziu resposta imune e não teve efeitos adversos. Mesmo assim, a cobertura dos meios de comunicação brasileiros, principalmente os canais de TV abertos e fechados, demonstraram má vontade, apontando mais lacunas do que os aspectos comprovadamente positivos da Sputnik V. Os resultados dos estudos preliminares apontam para o avanço da pesquisa e dos ensaios clínicos, que entram em sua fase 3, que incluirá testes clínicos com mais de 40 mil voluntários, 10 mil dos quais no Brasil, a partir de convênio com o governo do Paraná.
O país que mais avançou até agora na pesquisa e produção da vacina contra a covid foi a China. Quatro vacinas chinesas estão na terceira fase de testes clínicos internacionais, uma parte destes também no Brasil, a partir de uma parceria entre a farmacêutica chinesa Sinovac-Biotech com o Instituto Butantan, de São Paulo. 
Desde o mês de julho, o país asiático iniciou oficialmente o uso de emergência de duas vacinas contra a covid, o que é um indicador de sua segurança e eficácia. 
As expectativas da humanidade para com a vacina chinesa se relacionam não apenas com as possibilidades de êxito no seu desenvolvimento, produção, mas também com o acesso, que será facilitado. O presidente chinês Xi Jinping prometeu solenemente durante a 73ª conferência da Organização Mundial de Saúde, em maio, que a vacina chinesa será “bem comum de toda a humanidade”. 
Merece ainda destaque o anúncio feito nos últimos dias dos êxitos de Cuba no desenvolvimento da vacina contra a covid, já denominada Soberana 01, que entrou na primeira fase de testes clínicos. É a vacina mais adiantada na região da América Latina e Caribe, que poderá resultar não somente na imunização da população da ilha, mas numa contribuição no combate à covid em toda a região. 
Assim, China, Cuba e Rússia, três países que se destacam no cenário internacional pela defesa que fazem da autodeterminação das nações e povos, ao obterem êxitos com a produção da vacina ajudam a humanidade a vencer o transe que está vivendo.  -  (Aqui).
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José Reinaldo Carvalho integra o Jornalistas Pela Democracia e é editor internacional do Brasil 247.

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