domingo, 19 de abril de 2020

A QUARENTENA NECESSITA UM PONTO DE EQUILÍBRIO

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"Por que é proibido estar sozinho em uma praia ou em um parque ao ar livre, de onde viria o contágio em uma praia sem aglomeração? Na praia há sol e vento, condições mais sadias que em um quartinho de apartamento sem sol e sem ventilação, por que então proibir alguém de ir à praia? Ou a um parque enorme, como o Ibirapuera?"
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Simples, meu caro articulista: é proibido estar sozinho em uma prais ou em um parque ao ar livre porque outras pessoas veriam e indagariam: "Ora, e por que não eu?" Dentro em pouco, praias e parques estariam lotados, prenhes de aglomerações - reforçadas por fiscais e policiais. Nem é preciso desenhar.
Mas o articulista tem todo o direito de defender a tese de que "além da medicina, da ciência e da química há que haver uma visão filosófica nessa questão." Só remanesce, ao final, a pergunta: mesmo que a visão filosófica de setores colida frontalmente com a visão filosófica da Organização Mundial de Saúde?!!


Por André Araújo 

Um tema tentador para opiniões de todos os lados, entre especialistas há versões para múltiplos gostos, os políticos se apossaram do pote como substancioso prato para dele extrair dividendos; como não há certezas absolutas e nem experiências consagradas, é um campo extraordinário para o desequilíbrio.
Há um consenso que o distanciamento entre humanos, de dois metros para mais, evita propagação do vírus do Corona 19, mas o médio consenso para aí.
Por que é proibido estar sozinho em uma praia ou em um parque ao ar livre, de onde viria o contágio em uma praia sem aglomeração? Na praia há sol e vento, condições mais sadias que em um quartinho de apartamento sem sol e sem ventilação, por que então proibir alguém de ir à praia? Ou a um parque enorme, como o Ibirapuera?
Não faz sentido dentro do senso comum, mas tais ordens irracionais estão sendo propagadas como sãs. Na Alemanha, onde costuma haver pessoas inteligentes, há quarentena, mas não existe proibição de pessoas irem aos seus magníficos parques, é evidente que se evite aglomerações, mas pela lógica um parque é mais sadio que um quartinho.
O destinatário das ordens de especialistas e seus porta vozes políticos são cidadãos de todos os naipes emocionais e intelectuais, há grande possibilidade de ouvidos apavorados escutarem essas ordens. Na iminência ou na simples ideia do perigo se aproximando o ser humano tem reações irracionais, poucos mantêm a calma e o raciocínio claro.
O ser humano é frágil, muitos são medrosos e na medição do perigo perdem uma parte da razão e partem para o desespero, há parentes meus que usam máscaras dentro de casa.
AS AGLOMERAÇÕES INVISÍVEIS
Boa parte dos habitantes de grandes cidades moram em edifícios de apartamentos. Não há aglomeração maior, dez, vinte, cinquenta famílias no mesmo bloco de concreto, o vírus circula pelas escadas, corredores, elevadores. No prédio convivem porteiros, faxineiros que atendem motoqueiros com refeições e sacolas de supermercados, tudo é conduto de vírus ou não?
Essas aglomerações permanentes, de 24 horas por dia, os edifícios de apartamentos, têm mesmo na quarentena idas e vindas de alguns moradores, a pé ou de carro, o vírus pode vir por todos os lados, com o vizinho da frente, de baixo ou de cima, no elevador ou na portaria, terá o prédio menos vírus que no parque ao ar livre?
A QUESTÃO DO TEMPO
A quarentena ideal deveria durar o tempo de imunização pelo vírus de toda a população quarentenada; pode, portanto, durar o tempo desse circuito viral, quanto tempo?
Dois, três ou seis meses? Ou um ano? Qual especialista, desses que são hoje os atores da GLOBO, pode assegurar qual o tempo da quarentena? Cada um apresenta sua curva de estimação, nenhuma bate com a outra, PICOS de contágio já foram apontados às dezenas, porque ninguém sabe quando ele chega, vai chegar nos próximos 15 dias, é o que todos dizem há dois meses, mas ninguém sabe mesmo porque pode baixar e rebrotar,  cada vírus tem sua trajetória até que vire um velho conhecido. Assim como com o câncer os humanos têm que conviver com os vírus; além da medicina, da ciência e da química há que haver uma visão filosófica nessa questão.
A QUARENTENA IDEAL
Evitar aglomerações em recintos fechados parece ser um consenso, mas esse é o único. Andar na rua ou nos parques sem aglomerações não pode, mas é algo que está sendo determinado por autoridades pela visão do pânico, porque não tem lógica científica, ao contrário, o ar livre, o vento, o sol são inimigos do vírus, porque impedir que pessoas de mais idade caminhem diariamente na rua se exercitando ao invés de ficar sentados comendo pipoca frente à televisão, pergunta-se sem ofender, seria mais lógico.
Dez especialistas têm dez opiniões, poucos consensos, a política se encarrega do resto, podemos facilmente chegar ao absurdo de se prender surfistas isolados numa praia, aliás já chegamos nisso. Não há nada mais irracional do que o ser humano em pânico, o animal irracional é bem mais lógico na sua rota de fuga e defesa.  -  (Fonte: Aqui).

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