terça-feira, 25 de junho de 2019

UM POUCO DE HISTÓRIA: O CONDE CIANO E O FIM DO FASCISMO ITALIANO

(GGN)
O Conde Ciano e o fim do fascismo italiano
Por André Araújo (No GGN)
Um dos mais dramáticos episódios da Segunda Guerra mundial foi o fim inglório do fascismo italiano, em 25 de julho de 1943, na reunião do Grande Conselho Fascista, o órgão máximo do regime. A reunião que depôs o Primeiro Ministro Benito Mussolini foi conduzida por dois personagens chaves, o Conde Galeazzo Ciano, genro de Mussolini, e o Conde Dino Grandi, um dos mais respeitados líderes do movimento fascista.
Mussolini é levado preso após sua deposição e em 3 de setembro a Itália assina um armistício com os Aliados, invertendo sua posição no conflito e declarando guerra à Alemanha. O Marechal Pietro Badoglio, comandante do Exército, é indicado como Primeiro Ministro pelo Rei Vittorio Emmanuelle III, agora amparado pelos anglo-americanos.
O CONDE CIANO
Filho do Almirante Costanzo Ciano, Conde de Cortelazzo, Ciano casou-se com Edda, filha mais velha de Mussolini e foi nomeado pelo Duce como Ministro de Relações Exteriores em 1936, tornando-se um dos personagens centrais do regime. Ciano sempre foi uma voz de moderação no regime fascista, liderando a ala menos pro-nazi do fascismo.
Sua participação na queda de Mussolini lhe valeu a pena de morte quando os alemães resgataram Mussolini do cárcere e instituíram a REPÚBLICA SOCIAL ITALIANA, com sede em Saló, no Lago de Garda, um regime que controlava o Norte da Itália como simples “capa” do domínio alemão sobre esse território. Mussolini teve que assinar a ordem de execução do genro, algo que sua filha nunca perdoou.
O BRASIL TEVE FORTES LIGAÇÕES COM O FASCISMO
O regime do Estado Novo brasileiro tinha como modelo a Itália fascista, o que não impediu a entrada do Brasil na guerra ao lado dos Aliados por razões geopolíticas. Durante o governo Vargas a Condessa Edda Ciano, filha de Mussolini, fez emblemática viagem ao Brasil para reforçar os laços entre os regimes.
Dois dos personagens centrais da que do fascismo, Galeazzo Ciano e Dino Grandi tiveram grandes vinculações com São Paulo. Após o fim da guerra o Conde Dino Grande morou em São Paulo de 1946 a 1951, tem netos brasileiros que moram no Paraná e as duas filhas de Edda Mussolini e Galeazzo Ciano viveram desde o fim da guerra em São Paulo, onde faleceram. Edda Ciano morreu em em Roma em 1995, com 85 anos.  Veja meu artigo aqui.
O FIM DO FASCISMO
O regime fascista teve dois momentos distintos: de 1923 a 1939 foi um regime relativamente popular com importantes realizações econômicas e sociais, a despeito de ser uma tirania. Com a aliança com a Alemanha nazista e sua consequente entrada na guerra ao lado do Terceiro Reich, o prestígio do regime desabou, tendo o fascismo um fim inglório com Mussolini executado e pendurado de cabeça para baixo em um posto de gasolina em Milão.
O regime fascista foi modelo para a Alemanha nazista, para o regime franquista na Espanha, para o salazarismo português, para o peronismo na Argentina e para o Estado Novo varguista no Brasil. Hoje, elementos do fascismo rebrotam na Itália lançando os mesmos riscos à democracia do fascismo original.
A HISTÓRIA DO FASCISMO
Conhecer a história do fascismo italiano é um fundamental aprendizado para os que defendem a democracia. Os alicerces do fascismo são os fatores que ameaçam todas as democracias, começando pelo DESEMPREGO e CRISE SOCIAL, sementes centrais de todos os regimes fascistas.
O melhor historiador do fascismo é RENZO DE FELICE, cuja vasta obra não tem paralelo como reconstituição e análise desse regime.

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