quinta-feira, 8 de novembro de 2018

TSE APURA EVENTUAL ATAQUE DE HACKERS

"Apesar disso, técnicos e ex-ministros da Corte consultados pelo JOTA garantem que essa invasão não representa nenhum risco à inviolabilidade da urna eletrônica." A questão não é (só) essa, mas o fato em si, ou seja, a invasão. Mais: se técnicos e ex-ministros foram incapazes de, ao que parece, blindar suficientemente os sistemas do tribunal, qual a relevância da 'garantia' de inviolabilidade que ora fazem? Nesse contexto, como ficam eventuais registros, notas e relatórios atinentes à apuração do Esquema WhatsApp, que, revelado a partir de reportagem publicada na Folha em 18 de outubro, tanta comoção causou? 
(TSE - Coletiva 22.10)
TSE investiga se hackers invadiram sistema da Justiça Eleitoral antes da eleição 
Por Matheus Teixeira (Do site jurídico JOTA)
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apura se hackers invadiram o sistema interno da Justiça Eleitoral e obtiveram dados sigilosos do TSE no período pré-eleitoral.
Os invasores teriam entrado de maneira remota em equipamentos ligados à rede do TSE e tido acesso, entre outras informações, a documentos sigilosos e ao login do ministro substituto Sérgio Banhos e do chefe da tecnologia da informação do TSE, responsável pelas urnas eletrônicas, Giuseppe Janino.
O assunto surgiu no tribunal após o site TecMundo, especializado em tecnologia, receber códigos sigilosos e perguntar à Corte se isso realmente violaria o sistema interno. O questionamento mobilizou a Presidência e a área técnica do TSE, que ficaram reunidas até tarde da noite de terça-feira (6/11) para tratar do assunto. 
Os hackers teriam invadido o sistema Gedai-EU, que, segundo o site do TSE, é o “gerenciador de dados, aplicativos e interface com a urna, que fornece às equipes dos cartórios eleitorais e dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs)”. Apesar disso, técnicos e ex-ministros da Corte consultados pelo JOTA garantem que essa invasão não representa nenhum risco à inviolabilidade da urna eletrônica.
Conforme relatado pelo hacker ao TecMundo, o acesso aconteceu por meio de vulnerabilidades em aplicações desenvolvidas pelo próprio Tribunal. Assim, foi possível um acesso remoto a um dos equipamentos ligados à rede. Acompanhe abaixo a conversa.
“Tive acesso à rede interna (intranet) e, por vários meses, fiquei explorando a rede, inclusive entrando em diversas máquinas diferentes do TSE, em busca de compreender o funcionamento dos sistemas de votação”, escreveu a fonte. “Com isso, obtive milhares de códigos-fontes, documentos sigilosos e até mesmo credenciais, sendo login de um ministro substituto do TSE (Sérgio Banhos) e diversos técnicos, alguns sendo ligados à alta cúpula de TI do TSE, ligado ao pai das urnas”, relatou o hacker.
Por meio de nota, o TSE disse que recebeu um e-mail indagando sobre a ocorrência de um eventual vazamento” e que, em “decorrência disso, a Presidência do TSE está tomando todas as medidas possíveis”.
Mas, questionado sobre qual código foi vazado, em qual data, se isso ocorreu durante as eleições, entre outras perguntas, o TSE não se pronunciou.
Nos bastidores, a Corte estuda se irá instaurar um processo administrativo disciplinar para apurar se houve o vazamento de alguma informação ou se algum profissional da Corte falhou no sistema de segurança.

Fake news e urnas

A urna eletrônica foi um dos principais temas desta eleição. O presidente eleito, Jair Bolsonaro, reiteradas vezes levantou suspeitas sobre os equipamentos e chegou a afirmar que o sistema de votação podia favorecer uma vitória do PT. Logo após o primeiro turno, chegou a dizer que os problemas nas urnas impediram sua vitória já na primeira etapa do pleito.
Além disso, no dia do primeiro turno, uma avalanche de notícias falsas sobre problemas nas urnas deixou o TSE em alerta. Informações de que o PT teria feito mais votos do que o número total de eleitores em algumas seções e vídeos em que pessoas apertavam o número 1 e o 3 saía automaticamente viralizaram nas redes sociais.
O TSE ficou assustado com o volume de notícias falsas sobre as urnas e chegou a fazer uma coletiva no último domingo antes do pleito para reafirmar a lisura do pleito.
Na ocasião, a presidente da Corte, ministra Rosa Weber, explicou que a entrevista foi convocada porque “desinformação deliberada ou involuntária que visa o descrédito da Justiça Eleitoral precisava ser combatida com informação responsável e objetiva”.
Segundo a magistrada, as “criativas teses que atentam contra a lisura do processo eleitoral não tinham fundamento”.
Naquela data, diversos órgãos e, inclusive, o procurador-geral Eleitoral, Humberto Jacques fizeram uma defesa enfática do sistema eletrônico de votação e garantiu que não há o menor risco de os votos dos eleitores não serem computados de maneira correta. Ele ressaltou que a procuradoria acompanha a lacração da urna e faz a assinatura da certificação do sistema que preserva a confiabilidade do processo.
“[A urna] não é apenas produto da Justiça Eleitoral. Consta assinatura do Ministério Público, da OAB e dos partidos. E a assinatura do MP é feita a partir de trabalho exaustivo para dirimir toda e qualquer dúvida que cidadão pode ter. Cobramos e indagamos e inclusive temos conversado com maiores questionadores e promotores de evolução de mecanismo votação eletrônica”, afirmou.  -  (Aqui).

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Nota: O assunto foi tratado aqui.

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