sexta-feira, 26 de outubro de 2018
SOBRE UM POSSÍVEL CRIME ELEITORAL QUE PODE RESULTAR EM GRAVE PUNIÇÃO
A propósito da declaração de Laura Chincilla, ex-presidente da Costa Rica e atual chefe de missão da OEA (Organização dos Estados Americanos) para observar as Eleições 2018, consistente em que o fenômeno do uso de 'WhatsApp' para a disseminação de notícias falsas não tem precedentes no mundo, conforme noticiado pela Folha (AQUI), o presidente em exercício do PSL (de Bolsonaro), Gustavo Bebianno, saiu-se com essas:
.'A OEA tem zero credibilidade' perante nossa campanha.
.'Ela está falando de quem? Ela tem que falar do PT'.
(Em tempo: A própria reportagem do Uol informa que "A chefe da missão da entidade, no entanto, não citou nenhum candidato quando falou sobre o fenômeno brasileiro". - Veja aqui).
O fato é que a notícia acima guarda estreita relação com o seguinte caso: Não-Se-Sabe-Quem contratou (por quanto? com dinheiro de quem?) empresas para disseminar, via WhatsApp, notícias falsas contra o candidato do PT às eleições presidenciais (bem como possivelmente ao próprio partido, com a abrangência imaginável). Tudo 'correu bem' até o primeiro turno, mas eis que em 18 de outubro a Folha de S Paulo trouxe o assunto a público: 'Empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp' - AQUI.
(Este blog tentou oferecer subsídios na postagem 'Caprichos do Jornalismo Investigativo' - AQUI).
Presentemente, enquanto o TSE, em face de denúncia apresentada pelo PT, adota as medidas preliminares a seu cargo (investigação a cargo do MP Eleitoral e outros), o WhatsApp apressou-se em romper contratos com empresas especializadas na disseminação de mensagens mediante o citado aplicativo, assim como em desabilitar milhares de contas que se prestavam à 'atividade'.
Nesta data, aliás, o Uol divulgou a seguinte notícia: "PF pede ao WhatsApp números que dispararam mensagens em massa" - AQUI.
Estima-se que a apuração e julgamento do caso demandarão tempo considerável. Não importa. É imperiosa a observância das normas constitucionais e processuais. Enquanto isso, entram em campo o inconformismo de alguns e a presença perturbadora da espada de Dâmocles.
Nota final: Em nova reportagem, o Uol oferece informações adicionais - AQUI: 'Campanha de Bolsonaro apagou registro de envio de WhatsApp; PT usou sistema'.
Ponto a esclarecer: Quem, efetivamente, pagou pelos serviços, e, se pagou, quanto foi despendido. Um dos crimes eventualmente praticados: abuso de poder econômico (que pode implicar a cassação da chapa beneficiada e demais consequências daí decorrentes).
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