segunda-feira, 3 de setembro de 2018

OS INCÊNDIOS QUE SOLAPAM O BRASIL

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Enquanto o senhor Bolsonaro segue fazendo a apologia da violência e pregando o ódio, impunemente, ameaçando incendiar o País com o seu fascismo tresloucado e zombeteiro, sob as barbas de ministros supremos e doutas procuradorias, este mesmo País se depara, perplexo e indignado, com o incêndio do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, tragédia fortemente decorrente da limitação orçamentária imposta por uma cúpula de poder que, entre seus 'feitos' maiores, ostenta o troféu de pior performance econômica dos últimos cem anos (isso mesmo, cem anos!), mas bastante para assegurar a concessão de polpudos salários e generosos penduricalhos a determinadas categorias e privilégios fiscais para certos eleitos.

O incêndio do Museu Nacional, o desmonte das riquezas nacionais e o virtual triunfo do fascismo são o coroamento do fracasso do Brasil - que, como se não bastasse, está agora às voltas com inédita afronta ao Comitê de Direitos Humanos da ONU em face do descumprimento de liminar vinculante, comprometendo irremediavelmente sua imagem no exterior.

Enfim, como dizia Moraes Moreira, lá vai o Brasil, descendo a ladeira.

A seguir, o relato (vi aqui) do Prof. Thomas de Toledo acerca dos acervos perdidos no Museu Nacional: 


Os acervos perdidos no Museu Nacional

Uma tragédia sem precedentes é o incêndio no Museu Nacional na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro.

Seu presente de 200 anos foram cortes orçamentários que levaram à completa destruição de 20 milhões de peças.

O museu mais antigo do país, onde funcionou a sede da Monarquia, foi abaixo pela irresponsabilidade de como as autoridades vêm tratando a memória histórica e o conhecimento. Perdemos um acervo histórico, arqueológico, antropológico, etnográfico e de História Natural respeitável internacionalmente.

Tínhamos a maior coleção egípcia da América Latina, com múmias intactas dentro de seus sarcófagos. Acervo africano, americano pré-colombiano, grego, mediterrâneo, do Brasil pré-histórico e fósseis até mesmo da mais antiga brasileira já encontrada: Luzia.

Havia ainda animais desde a explosão cambriana, dinossauros, a megafauna do pleistoceno, como a preguiça gigante e até mesmo milhares de borboletas. Perdemos uma biblioteca insubstituível, com obras raríssimas como os livros da expedição de Napoleão no Egito e o diário de viagem de Dom Pedro II às pirâmides e a Luxor. Pesquisas em andamento viraram pó. A memória e a ciência brasileira e mundial estão em luto. Uma dor irreparável! Que nestas eleições, haja um compromisso dos políticos com a memória, a história e a ciência. Minha solidariedade a todos os trabalhadores e pesquisadores.

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