sexta-feira, 3 de agosto de 2018

SOBRE O PAPA FRANCISCO E O EX-PRESIDENTE


"Todos se lembram que, um mês e meio atrás, os pretensiosos 'checadores de notícia' disseram que era 'falsa' a informação de que o Papa Francisco teria enviado um terço para o ex-presidente Lula, preso na Polícia Federal.
Não era falsa e o próprio Vaticano fez uma corrigenda ao responsável pelo seu serviço de notícias em português, mas mesmo assim insistiram e nunca pediram desculpas públicas por terem levado, até, o Facebook a bloquear uma publicação do jornalista Renato Rovai.
Agora, Francisco foi além disso e enviou um manuscrito a Lula, por intermédio do ex-chanceler Celso Amorim, que o visitou ontem, aliás na folha de rosto de outro exemplar do livro que recebeu: 'Lula – A verdade vencerá'.
Recebeu-o numa visita pessoal, porque o Papa tem, mais que ninguém, consciência das liturgias do cargo e o Brassil tem uma representação diplomática que se relaciona com o Francisco que é chefe de Estado, no Vaticano.
O significado do gesto, porém, é inequívoco, evidente.
'A Luiz Inácio Lula da Silva com a minha bênção, pedindo-lhe para orar por mim, Francisco', diz o texto, que inteligentemente registrou a recíproca do  que desejava dizer.
Aliás, Francisco maneja muito bem as entrelinhas do que comunica. A duração do encontro – uma hora – e permitir-se fotografar segurando o livro foram atitudes com significado, não acasos.
Infelizmente, a grande mídia brasileira – exceção à Folha, que registrou o encontro – preferiu jogar o fato na sombra do silêncio.
Perto dela, os guris do MBL são aprendizes de 'fake news'."



(De Fernando Brito, post intitulado "Após o recado de Francisco a Lula, vai uma autocrítica dos 'checadores'?", publicado no 'Tijolaço' - Aqui -, de que Brito é titular.
"Infelizmente, a grande mídia brasileira – exceção à Folha, que registrou o encontro – preferiu jogar o fato na sombra do silêncio", observa o articulista. Ao que, de início, pensamos em repetir surrado jargão: Nenhuma estranheza. Mas, aduzimos: o fato é que a sonegação de informação [contrária aos interesses do veículo, claro] virou rotina nessas terras tupiniquins. Devendo-se enfatizar a sutil diferença entre sonegação e omissão, como se pode concluir das confissões feitas por Chico Buarque e Martinho da Vila em breve entrevista ao DCM - Aqui -, após visitarem o ex-presidente).

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