quarta-feira, 8 de agosto de 2018

O VALOR DA MARCA BRASIL

'Marcas são um valor IMATERIAL, elas valem pelo que representam como perspectiva de negócio, de prestígio, de relevância, de experiência, de lastro, as marcas são hoje o MAIOR capital das grandes corporações, ativos materiais valem menos e por menor tempo, já a marca é duradoura; geralmente seu valor aumenta com o tempo, a menos que os detentores da marca a façam cair na lama, como faz o Brasil estupidamente, se auto desprezando.'
....
Nota deste blog: Um dia, quem sabe, procuradores e magistrados terão de preencher certas credenciais essenciais, como a de deter conhecimentos sobre economia e geopolítica - tendo ciência de que no exercício de suas atividades devem evitar agir como elefantes em loja de louça (independentemente do nível de organização da loja). 
Afinal, como classificar aqueles que procedem sem levar em conta a necessidade de preservar ao máximo aquilo que o seu País tem de positivo, como se relata no post abaixo? 


O valor da marca Brasil
Por André Araújo
Espectador diário das Tv´s europeias RAI e TVE, não vi este ano nenhuma matéria sobre o Brasil que não fosse extremamente negativa, seja de meio ambiente, desigualdade social, criminalidade, corrupção. Nesse campo a contribuição de nossa mídia e cruzada moralista foi inestimável, pintando o Brasil como o Pais mais corrupto do planeta, quando na realidade nossos corruptos são pés de chinelo perto de russos, nigerianos, asiáticos de todos os tipos (menos japoneses), árabes do petróleo, africanos da Sonangol, mexicanos mais ricos do mundo, argentinos  peronistas e venezuelanos chavistas, políticos, banqueiros e sindicalistas multimilionários com casa em Madrid e campo de polo em Sotogrande, tudo pago pela corrupção.
Nos tempos de Somoza, Trujillo, Batista, Gomez, Noriega, Perez Jimenez, Odria, Machado, Peron, tivemos um Vargas que legou um apartamento de três dormitórios depois de 20 anos de poder. Podemos nos orgulhar da  dignidade de um Washington Luiz, Campos Salles, Rodrigues Alves, Prudente de Moraes,  Floriano Peixoto, Hermes da Fonseca, Arthur Bernardes, Wenceslau Braz, Epitácio Pessoa,  todos Presidentes, sem mácula de corrupção.
Enquanto nada igual ocorria nas repúblicas caudilhescas, onde um Miguel Aleman no México se tornou sinônimo mundial de mega corrupção, um Peron levou da Argentina 250 milhões de dólares em 1953, hoje equivalente a quatro vezes mais. Gerardo  Machado e Fulgêncio Batista deixaram toda a descendência  multimilionária.
Era o padrão das repúblicas ibéricas enquanto o Brasil tem o orgulho de um Imperador que reinou por seis décadas e morreu dignamente em um hotel simples de Paris, recusando estipêndio da República. O Brasil no campo da corrupção é MUITO MELHOR que nossos vizinhos e melhor que os EUA, lá eles são espertos e hipócritas, não colocam o crime na janela para todos verem. A democracia americana foi construída nas fornalhas da maior corrupção da História moderna sob esquemas como Tammany Hall, Daley de Chicago, Tom Prendergast do Missouri, Huey Long da Lousiana, com eleições compradas no atacado e doações ilimitadas para campanhas sob eufemismos de PACs, lobbies legalizados, cassinos, dinheiro russo, fundações ideológicas.
 A VISÃO ESTRANGEIRA DO BRASIL
A má vontade de cobertura das TV europeias sobre o Brasil é lendária. A RAI tem um programa sobre imigrantes italianos no mundo, eles babam com  italianos nos EUA, Canadá, Austrália, se encantam com ítalo-americanos de Chicago e San Francisco, vibram com italianos na Argentina e Uruguai. Mas NÃO falam nada sobre o Brasil, País que foi o MAIOR  receptor de imigração italiana no mundo, 2,65 milhões contra 1,8 milhão nos EUA e 1,3 milhão na Argentina e MAIS, o Brasil foi o Pais que melhor recebeu os italianos e onde tiveram maior sucesso econômico, cultural e profissional. Hoje, descendentes de italianos controlam o setor do açúcar do Brasil, que é o maior do mundo, grande parte do plantio de soja, dos quais os Maggi são reis, os Cutrale são os maiores produtores de suco de laranja do planeta. Não só isso, tivemos excelentes pintores, arquitetos e escritores ítalo-brasileiros.
Os italianos no Brasil se saíram melhor do que em qualquer outro país receptor de imigração. São Paulo é a maior cidade italiana no mundo, o Rio Grande do Sul é quase uma província italiana pela proporção de sangue italiano na sua população, preservando dialetos que desapareceram na Itália, criando uma cultura própria de extraordinária qualidade.
Essa visão negativa do Brasil é impressionante. Conheci um simpático casal em Roma, simples cortesia de viagem, gente bem qualificada, NUNCA ouviram falar da grande imigração italiana ao Brasil no Século XIX, fiquei pasmo. MAS sabiam perfeitamente da imigração italiana para os EUA, muito menor do que para o Brasil. Nos EUA americanos cultos me juravam que os EUA foram o maior polo de imigração italiana no mundo, nunca souberam que vieram italianos para o Brasil. No geral pouca gente conhece a história das grandes migrações do Século XIX e do papel majoritário do Brasil na diáspora italiana, sírio-libanesa e japonesa no mundo.
No entanto o que vemos na RAI hoje, 5 de agosto de 2018? Uma estória horrível, desesperadora de uma brasileira que foi menina levada para a Itália por traficantes de órgãos para ser retalhada e que escapou da morte fugindo do abrigo e hoje mora em Turim. Uma narrativa macabra embora com final feliz, MAS que deixa muito mal o Brasil enquanto País. O programa da RAI durou 2 horas mostrando a miséria de Recife e do Rio de Janeiro.
A imagem internacional do Brasil é hoje tenebrosa, a pior da América Latina.
AS MISTIFICAÇÕES DA MÍDIA
A surfista intelectual Miriam Leitão - surfa em todos os temas - fez no seu horário matinal de 30 de junho um louvatório ao extraordinário lucro que o Brasil teve com a recuperação de propinas. Esqueceu porém de montar a outra coluna do balanço, quais prejuízos a cruzada moralista causou ao Brasil para que pudesse recuperar as propinas. Balanços se fazem desde o Século XV colocando lado a lado as colunas dos ativos e dos passivos, dos lucros e perdas.
Entre esses prejuízos estão a destruição ou inviabilização das seis maiores empreiteiras do Pais, que estavam entre as maiores e mais dinâmicas do mundo, com alta reputação técnica e de gerenciamento de obras. Coisa que não é simples, como certos locutores de rádio berram nos microfones, leva gerações de engenheiros e técnicos, currículo de obras terminadas, algo que nem as empreiteiras chinesas e indianas têm, porque são mais novas e fizeram menos grandes obras. O currículo de grandes barragens e usinas hidroelétricas das empreiteiras brasileiras é inigualável, mesmo em comparação com companhias dos países centrais.
Na cruzada moralista se acabou com um setor em franco crescimento, de alta geração de empregos, o setor de estaleiros para fabricação de navios sonda e navios tanques. Só na cidade de Rio Grande empregava 20 mil operários. Fora a engenharia naval de alta complexidade que o setor demandava, o maior estaleiro do Brasil, o EAS em Pernambuco, perdeu suas encomendas de navios tanques. A nova gestão anti-brasileira da PETROBRAS optou por comprar só no exterior porque se carimbou que toda a indústria brasileira é corrupta, então transferiram-se bilhões de dólares de encomendas de navios e sondas para a Ásia, onde nunca se ouviu falar de corrupção segundo os moralistas brasileiros, corrupção só no Brasil.
Com isso perderam-se quantos empregos? Uma conta de 600 mil é pouco, mas para Miriam Leitão isso não tem importância alguma, afinal recuperamos propinas; mas isso acontece só uma vez, (enquanto) os estaleiros e os empregos costumam ter continuidade ao longo do tempo.
Tudo isso foi jogado no lixo no processo de caça às bruxas. Para matar as baratas derrubaram a casa inteira. Isso é sucesso, dona Miriam? Cadê a conta dos prejuízos para comparar?
Pior ainda, esse clima moralista convenceu muitos brasileiros de que virão empreiteiras estrangeiras para substituir as brasileiras que liquidamos e que isso é bom. Muito pior, fez brasileiros crerem que as estatais devem ser privatizadas porque assim não vai ter mais corrupção, sem avisar que as grandes estatais fundamentais para o Brasil não serão só privatizadas, elas serão DESNACIONALIZADAS porque é obvio que serão estrangeiros que comprarão uma PETROBRAS ou uma ELETROBRAS, como já compraram a EMBRAER.
Assim, para ficarmos limpinhos vamos entregar o Brasil a estrangeiros, que bela troca.
Para ver conjuntos complexos na economia e na politica é preciso antes de mais nada INTELIGÊNCIA. Não bastam bordões e obviedades. Usemos a noção básica dos efeitos colaterais de um remédio, para curar uma doença o remédio não deve causar DANOS piores que a própria doença, para cortar uma corrupção de um milhão não se pode destruir 500 milhões em ativos, para matar carrapatos não devemos sacrificar o boi.
O VALOR DAS MARCAS
Marcas são um valor IMATERIAL, elas valem pelo que representam como perspectiva de negócio, de prestígio, de relevância, de experiência, de lastro; as marcas são hoje o MAIOR capital das grandes corporações, ativos materiais valem menos e por menor tempo, já a marca é duradoura; geralmente seu valor aumenta com o tempo, a menos que os detentores da marca a façam cair na lama, como faz o Brasil estupidamente, se auto desprezando.
Veja-se a aberração de nós brasileiros agora investigarmos a hipótese do Brasil ter pago para ganhar as OLIMPÍADAS 2016. Se isso ocorreu cabe aos PREJUDICADOS investigar e não nós, beneficiados pela escolha. Vamos investigar para nos AUTO INCRIMINAR, que país faz isso? Quem investiga e acusa é quem perdeu e não quem ganhou, é da lógica; um País se auto acusar perante outros? Com que objetivo?  A quem beneficia a acusação?
Os americanos são especialistas em avaliar marcas, tanto de refrigerantes quanto de esportistas. A marca vale pelo que ela representa de futuro, há rankings anuais de valor de marcas publicados nas revistas de economia onde se considera as marcas como altíssimo ativo de novos negócios, de aceitabilidade daquilo que ela representa, de garantia de sucesso.
Quanto valia a marca Odebrecht? Por baixo uns US$20 bilhões ANTES dos escrachos.
Mas vamos mais longe, quanto valia a marca LULA, nos dois mandatos anteriores, pelas ótimas relações dele com os EUA, com os grandes emergentes, China, Rússia Índia, Iran, Iraque, Arábia Saudita, África do Sul, Angola, Moçambique? Lula ganhou em 2009 o maior prêmio global em relações internacionais, o Prêmio Chatham House, dado pelo Royal Institute of International Affairs, de Londres, cujo patrono é a Rainha da Inglaterra.
Nessa avaliação evidentemente registramos apenas a PERCEPÇÃO internacional sem entrar no juízo de valor real, pessoal, político, moral e histórico do personagem, falamos apenas de MARCA e de seu valor projetado para o Brasil. É evidente que um nome globalmente reconhecido agrega valor a um Pais e esse valor se reflete na marca do País, o que NADA TEM A VER com análise histórica, política, moral ou pessoal do personagem, estamos falando de PERCEPÇÃO como valor agregado de marca em termos econômicos e de negócios.
O país da América Latina hoje com MARCA é a Colômbia, em grande evidência pela solução de uma guerra interna de 50 anos e que valeu o Prêmio Nobel da Paz ao seu ex-Presidente Juan Manuel Santos. Criou-se uma marca a partir de um evento e com isso se gera valor.
A Colômbia foi convidada a entrar para a OTAN e subir no patamar de relações internacionais; já agora agindo em ações de alto risco para o Brasil como o Projeto Triple A, entra no vácuo da lamentável ausência de protagonismo internacional do Brasil, no seu ponto mais baixo da História recente, por ausência completa de liderança expressiva na cena regional e global. O Brasil deveria ser o maior interessado na solução da crise da Venezuela, por ser o País com maior fronteira com ela no Cone Norte, em pré-guerra civil; o Brasil deveria liderar um Grupo de Países para lidar com essa crise, exercendo uma liderança esperada e natural para o Brasil.
A ex-primeira dama da Argentina, Evita Peron, não era personagem remotamente virtuosa, MAS a projeção que Eva Peron deu à Argentina é extraordinária mesmo depois de sua morte, da mesma forma que Mandela deu à África do Sul. São personagens-símbolo de um País em determinado momento e que agregam VALOR na referência internacional desse País, elevaram seu nome na áspera competição internacional, um símbolo levanta um País, isso é História. Pequenos países são enaltecidos por um personagem, como a Princesa Grace deu expressão a Mônaco, um micro País de nenhuma importância, mas agigantado pela presença de Grace Kelly. Lula agregou ao Brasil a marca pouco comum de um operário-Presidente, como tinha ocorrido anteriormente com Lech Walesa na Polônia. Walesa levantou no mundo o prestígio da Polônia, um País naquele momento inexpressivo no contexto europeu, saindo da órbita soviética. Walesa levou a Polônia para o primeiro plano internacional, assim como Lula fez deslanchar a imagem do Brasil em capas de revistas como The Economist, porta voz dos mercados globais; tudo isso agrega valor ao Pais, à sua economia, cultura e imagem internacional, o que afeta turismo, negócios, diplomacia, investimentos.
Essa marca Lula valeria não menos de uns 200 bilhões de dólares para o BRASIL nos anos 2003-2010. O Brasil hoje, degradado como pária nas relações internacionais, não é participante de mais nada, não é convidado para mesa alguma, até no Grupo BRICS, do qual o Brasil é fundador, o País é mal visto e desprezado, não tem mais nenhum prestígio nem na América Latina, nem na América do Sul, muito menos na África e Oriente Médio.
A marca PETROBRAS tinha muito maior valor ANTES dos escândalos do que depois. Ninguém fala mal da família porque isso se volta contra o próprio falador que pertence à família.
O Brasil caprichou em estigmatizar, em escrachar, em conspurcar a PETROBRAS. Informamos ao mundo quão podres somos, como a Petrobras é corrupta, com o que a empresa está sendo processada nos EUA pelo governo americano, algo absurdo, mas real, e também por acionistas minoritários. Os processos NÃO são por causa da corrupção, que sempre existiu na Petrobras, são por causa da AUTO DIFAMAÇÃO da Petrobras pelos brasileiros. Uma marca que poderia valer 30 ou 40 bilhões de dólares, hoje não vale quase nada. A própria nova gestão da Petrobras se encarregou de informar ao mundo que a PETROBRAS estava quebrada, para justificar venda de ativos sem leilão e a toque de caixa, regendo o coro da mídia brasileira que dizia que sua principal empresa estava falida, algo absolutamente irreal, MAS se fosse real jamais deveria ser tratado de forma leviana e autodestrutiva como propagado ao mundo.
A mídia brasileira, a chamada grande imprensa, essa que Miriam Leitão tão bem representa, esbaldou-se com um prazer escatológico, masoquista, debochado, falsamente moralista em falar mal do Brasil, do Estado brasileiro, do Governo brasileiro, dos políticos brasileiros, da Petrobras, da Eletrobrás, do BNDES, falar mal de nós mesmos para ninguém ter dúvida.
Sim, no Brasil tem gente ruim sim, MAS isso não é para ser escancarado para o mundo, é coisa interna, nossa, porque a escandalização se volta contra nós mesmos, diminui nosso valor perante o mundo, nosso valor como povo, como nação, só idiotas falam mal de sua família e seu País para terceiros. Há coisa que se guarda nos recônditos dos quartos da família, não se coloca na janela para quem passar ver e nos desprezar por nossas mazelas gritadas para o Mundo, como a dizer “OLHA COMO SOMOS RUINS”.
A CORRUPÇÃO BRASILEIRA
Ao contrário do que fala todo dia o professor-radialista, a corrupção brasileira NUNCA foi a maior do mundo. Escrevi um longo artigo sobre isso, nós somos café pequeno, trombadinhas de feira, corrupção grossa é outra coisa e acontece no mundo inteiro, em países hipócritas que batem no peito dando lição de moral aos outros. Abaixo meu artigo sobre o tema.
A corrupção na política brasileira é secular, tem períodos de exacerbação onde aparentemente o sistema PERDE O CONTROLE da proporção como foi entre o segundo mandato Lula e o primeiro e segundo mandato Dilma. Mas a corrupção, apesar de danosa, nunca foi o maior custo do Estado brasileiro, MUITO MAIOR é a ineficiência absurda, a falta de planejamento, os mega salários e mordomias, as 8.000 obras paradas, os hospitais prontos e que não se inauguram por falta de equipamentos ou o contrário, compram-se os equipamentos antes do prédio, os custos são frutos da irracionalidade, incapacidade e falta de liderança no Estado.
O PARADOXO REPUTACIONAL
O crédito de países e corporações tem um enorme critério de PERCEPÇÃO e esta, por sua vez, se lastreia em sensibilidades imateriais. Uma agência de rating, um grande banco, um fundo de investimento, faz análises técnicas de números, MAS existe um imenso peso de fatores imateriais que ao fim podem-se agrupar como um fator REPUTACIONAL.
Por exemplo, uma empresa vai mal, suas finanças estão ruins, um balanço duvidoso, MAS a empresa contrata um DIRETOR FINANCEIRO de ótima imagem no mercado. Nada mudou nos números da firma, mas só pela presença desse novo personagem a empresa ganha tempo e credibilidade. A mesma coisa com países em má situação, um novo MINISTRO DAS FINANÇAS de grande prestigio abre novas portas e permite reestruturações de dividas que não se fariam sem esse novo personagem, o Brasil conheceu esse roteiro em suas moratórias e crises.
Nesse contexto, no mundo real, não é lógico um País ou uma corporação chamar a atenção para seus pontos negativos, ninguém em sã consciência faz isso. Não se trata de esconder, mesmo porque não há como esconder números da realidade, MAS não precisa bradar ao mundo, COLOCAR NA JANELA suas deficiências porque isso tem CUSTO DE IMAGEM que se reflete na avaliação do País ou da empresa, há formas de tratamento de informação.
Pois foi exatamente chamar a atenção para PONTOS NEGATIVOS que o Brasil fez numa escala nunca vista antes no mundo com a cruzada moralista. Mostramos ao mundo, com trombetas e alto falantes, como somos RUINS, CORRUPTOS, INCONFIÁVEIS, jogamos a lama para cima para cair nas nossas próprias cabeças. Corrupção nos países inteligentes se pune discretamente como os EUA fizeram com sua mega corporação HALLIBURTON; hoje, depois da fusão com a Brown & Root, a Halliburton é a maior empreiteira dos EUA, subcontratante principal do Pentágono no Iraque, onde cuida de quase tudo, da água ao fornecimento de refeições aos soldados, construção de estradas, hospitais, bases e quartéis, manutenção dos aeroportos, etc.
A HALLIBURTON foi pega numa propina de US$180 milhões na Nigéria, um único diretor foi preso (Albert Stanley) por 18 meses, uma multa de US$426 milhões foi arbitrada, o caso se encerrou rapidamente, ninguém foi escrachado. Foi tudo o mais discreto possível. As ações da Halliburton nem se tocaram na Bolsa e tudo seguiu normal, jamais se cogitou de implodir a empresa, que antes de ser de seus acionistas é um ATIVO DO PAÍS, como eram a Odebrecht, a Andrade Gutierrez, a Queiroz Galvão, a Camargo Correa, a Engevix. Pior ainda, a Halliburton sempre foi conectada com o poder político, o ex-Presidente Lyndon Johnson foi lobista da Brown & Root a vida inteira e ficou milionário com isso, o ex-Vice Presidente Dick Cheney foi o Chairman da Halliburton até pouco tempo, MAS os EUA não espalham isso para o mundo ver, criticam a corrupção dos outros e escondem muito bem a deles, afinal não são idiotas.
No Brasil foram implodidas as maiores empresas, as mais dinâmicas do País, demitidos 600 mil de seus empregados, destruídas as carreiras de centenas de executivos bem preparados, experientes e treinados, muitos com grande experiência internacional, tudo para que alguns moralistas e vários jornalistas tivessem seus cinco minutos de glória dando entrevistas.
O que será que Miriam Leitão acha disso? Seria interessante ouvir seus conselhos ao Brasil.  -  (Aqui).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça o seu comentário.