Joaquim de Carvalho, jornalista com passagem pela Editora Abril (Veja) e Jornal Nacional, entre outros, é um dos titulares do site Diário do Centro do Mundo, onde publica matérias, digamos, heterodoxas sobre temas capitais da República, como, p. ex., a série intitulada "A indústria das delações premiadas", em parceria com o Jornal GGN, por sua vez liderado pelo jornalista Luis Nassif. A exemplo da citada série, a matéria abaixo é também bastante elucidativa.
(Nota: Quanto ao triplex, cumpre lembrar que, no auge do noticiário sobre o assunto, a Record divulgou fotos de sofisticadíssimas instalações, como se dissessem respeito ao fatídico apartamento. Posteriormente, quando da divulgação das verdadeiras fotos e vídeo produzidos na 'invasão' patrocinada pelo MTST, a mencionada TV, pilhada em fake news, tratou de deletar todos os registros, inclusive a própria postagem constante em seu site R7 - AQUI).
Exclusivo: Bancário visitou o triplex atribuído a Lula e tirou fotos que comprovam a farsa
Do Diário do Centro do Mundo
O bancário aposentado Manuel Meneses, de Salvador, Bahia, fez o que a velha imprensa deveria ter feito: visitou o triplex que Sergio Moro atribui a Lula antes que ele fosse vendido e fez registros em fotos e vídeos. A conclusão dele e de qualquer pessoa honesta que veja as fotos é: o triplex não teve nenhuma reforma digna desse nome.
Manuel Meneses não é filiado a partido político, mas sempre aparece em causas de interesse público na sua região. Também é um homem antenado com as questões de seu tempo. Acaba de voltar de uma viagem à África, onde conheceu pessoas e monumentos que ajudam a contar a história de Nélson Mandela.
Manuel não é rico, se aposentou como funcionário da Caixa, é formado em Direito e Psicologia e aplica seu dinheiro com expedições de interesse histórico. Foi o que viu no caso do triplex e apresentou-se ao leiloeiro como um interessado na compra do imóvel. Fez o depósito de R$ 1.000,00 (reembolsado) e marcou uma visita, às vésperas do encerramento do pregão ordenado pelo juiz Sergio Moro.
Pegou um avião em sua cidade, desceu no aeroporto de Guarulhos. Foi de ônibus até o Guarujá e, na rodoviária, pegou um táxi até o triplex. Para não ter despesa com hotel, marcou a passagem de volta para o mesmo dia. Ao chegar ao triplex, teve que esperar algumas horas porque, apesar do agendamento, não havia ninguém para recebê-lo e abrir a porta do apartamento.
“Eu soube que ninguém tinha visitado o triplex, não havia nenhum interessado. O funcionário do leiloeiro abriu a porta e me deixou sozinho no apartamento. Eu tive tempo para olhar à vontade e vi que não era nada daquilo que a imprensa escrevia, sem mostrar, apenas dizia o que os procuradores falavam. Uma farsa”, afirma.
Para começar, o elevador. “Quando se falava em elevador privativo, imaginava que fosse algo que levasse da garagem ao apartamento, mas não. É um elevador que leva de um piso a outro no tal triplex, como esses elevadores para cadeirante. Uma coisa mixuruca, que não custa muito”, disse.
“Vi ainda que o piso que teria sido trocado não é porcelanato de primeira linha, é um piso de segunda linha. Não é o pior, mas também não é o de primeira linha. Fiquei pensando: um ex-presidente pode morar num lugar mais bem arrumado”, destacou. Se a reforma era propina, pensou Manuel, Lula teria que ser o corrupto mais sem-vergonha do planeta.
”Deixaria roubar a Petrobras em troca de algo assim? Não faz sentido”, disse.
Viu ainda no apartamento um fogão velho, uma geladeira, um escritório improvisado, beliches, uma piscina com tamanho de uma banheira — “duas braçadas e você chega de uma ponta a outra”.
Também ficou escandalizado com os armários embutidos. “Tudo madeira compensada, MDF, algo assim, uma porcaria, um 'Minha Casa, Minha Vida', com todo respeito por quem mora no 'Minha Casa, Minha Vida', mas Lula, por ser um líder mundial, poderia ter algo melhor, ainda mais em se tratando, como diz o juiz Moro, de propina em troca de contratos milionários da Petrobras. Não faz sentido”, disse ele, com ênfase na expressão “Não faz sentido”.
Para não ter dúvida de que seus olhos não o estavam enganando, soube que havia outro apartamento à venda no condomínio e pediu para ver. Não é um triplex, mas permite concluir, quando comparados, que recebeu reforma. A cozinha tem pastilhas em vermelho e preto, os quartos, com camas, foram decorados. A varanda tem vidros blindex — no triplex da OAS, que Moro atribuiu a Lula, os vidros da varanda são comuns, assim como as estruturas de alumínio.
“Aquilo sim era reforma. O apartamento estava um brinco, muito superior ao que o juiz Moro atribuiu ao ex-presidente da república”, comentou.
Manuel também constatou que o prédio construído pela OAS é simples, com uma academia de ginástica modesta e uma piscina coletiva pequena, que não oferece nenhuma privacidade. Com a popularidade que tem, Lula jamais poderia frequentar um lugar assim.
Manuel voltou para Salvador convicto da farsa e de que não haveria lance para o leilão. “Aquilo não vale 2,2 milhão de reais”, pensou.
Ficou surpreso quando uma pessoa o arrematou e achou estranho. Quando soube que o imóvel tinha sido comprado por um sócio do primo de Geraldo Alckmin, candidato a presidente pelo PSDB, viu a luz amarela acender.
O comprador, citado em escândalos de corrupção em Brasília e dono de uma offshore que aparece no caso de lavagem internacional de dinheiro Panamá Papers, é Fernando Costa Gontijo, proprietário do Jornal de Brasília.
“Quem comprou pode fazer uma reforma de verdade e fazer desaparecer os vestígios da farsa. Por que alguém compraria o imóvel por um valor superior ao que vale? Não faz sentido, a menos que haja outros interesses”, disse.
Pelo sim, pelo não, ficou ainda mas satisfeito por ter feito o registro fotográfico do triplex atribuído ao Lula.
“O mundo precisa saber que tudo o que foi noticiado pela imprensa é farsa, processo do triplex é farsa. Realizei o trabalho de jornalismo investigativo que o grupo, que eu chamo GEIVEF – Globo, Época, IstoÉ, Veja, Estadão e Folha — não fez”. - (Para ver as fotos e mais informações, clique AQUI).
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