"Os desembargadores do TRF4 já sabem que quando adentrarem nas salas do Tribunal, serão juízes de Lula e réus da História, que tem ali também um recurso a ser julgado.
A História também já tem um veredito firmado sobre o caso. Não fosse assim a mídia internacional não estaria presente, os juristas não teriam se mobilizado nacional e internacionalmente, os diversos ex-presidentes de república de países estrangeiros não teriam prestado solidariedade irrestrita a Lula, nem os grandes nomes de todas as áreas estariam mobilizados. Sobretudo, não fosse assim o povo brasileiro não teria acorrido de todo o país para estar presente. Claramente a sentença da História é pela absolvição de Lula e foi ela, soberana, quem convocou a todos, pois o que se desenrola em Porto Alegre é a entrada do Brasil na História Universal, como entrou a Índia com Gandhi. O recurso da História, que com o seu veredito negado atrai multidões, só está sendo julgado no TRF4 porque o Juiz Sérgio Moro resolveu condenar Lula.
Por força disso, o julgamento de Lula se tornou o marco zero da refundação do Brasil. É o reemergir de um líder que o destino teima em repor e repor e repor à frente do povo. O homem de quem muito foi exigido e que continua de pé como um touro. O herói dos pobres a quem os ricos prometeram sacrifício. Uma história imorredoura, que possivelmente não teria de vontade própria escolhido para si, uma história contada em muitas línguas e vivida por outros personagens, notórios: Gandhi, Mandela, Luther King... A trama macabra contra a lenda triunfante, numa cidade cujo nome anuncia a chegada: Porto Alegre. Muitos dos relatos dos que estão por lá são de felicidade! Como seria possível num encontro fúnebre? A mensagem é outra. O julgamento do TRF4 é que se tornou, para além dele, uma oportunidade cívica para o grande encontro da nação com ela mesma. O povo venceu e encontrará os caminhos para materializar essa vitória, com mais democracia e justiça social.
O veredito da História é o da absolvição e o mundo inteiro já entendeu o que está ocorrendo. O arquétipo do inocente sacrificado é forte demais na psiquê humana para que não seja inteligível para todos, independentemente de quantos anos tenha de escola ou da sua nacionalidade. É marca de fogo na memória coletiva. Mas Lula é o homem dos doze trabalhos, não é o mártir. Queriam Spartacus, mas encontraram Hércules.
Não, senhores desembargadores, a História não os esquecerá!"
(De Ion de Andrade, post intitulado "O recurso de hoje é o da História", publicado no Jornal GGN - Aqui.
"Os desembargadores do TRF4 já sabem que quando adentrarem nas salas do Tribunal, serão juízes de Lula e réus da História, que tem ali também um recurso a ser julgado."
Que nada!, diria o desesperançado, os doutos julgadores têm ciência de que, conforme se viu há pouco, uma simpática, alentada e generosa matéria da poderosa Rede a tudo pacifica - e, de repente, favorece a ascensão funcional, a venda de livros e palestras, e outros mimos da espécie).
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