As empresas que atuaram no leilão de lotes do pré-sal agiram conforme o esperado, pois têm de aproveitar as boas oportunidades negociais que lhes são oferecidas mundo afora. Se um país resolve mudar sua estratégia política na área petrolífera, e isso vai ao encontro dos interesses das compradoras, melhor para elas.
A propósito, para se ter uma ideia do empenho governamental em viabilizar as 'boas oportunidades negociais' (e arrecadar recursos para tentar cobrir déficits orçamentários), observe-se que a decisão que cassou a liminar federal expedida em Manaus contra a realização do leilão (vide final do post a seguir) nem sequer teria sido protocolada, e que a inexistência de número impede recurso da defesa (contra a cassação) e fere o devido processo legal. Ou seja, certamente virá reação judicial por aí.
Leilão do pré-sal arrecada menos que o esperado e a Shell é a maior vencedora
Do Jornal GGN
O governo Temer conseguiu leiloar três de quatro lotes de exploração do pré-sal e arrecadou R$ 6,15 bilhões com as duas rodadas que ocorreram nesta sexta-feira (27). O valor está abaixo da expectativa (79% da receita esperada), mas o Planalto e Agência Nacional do Petróleo, Gás, e Biocombustíveis) classificaram o resultado como um "estrondoso sucesso".
Segundo dados da Folha, a Shell foi a empresa que teve maior participação no leilão, embora tenha sido a que ofertou o menor percentual de óleos baixos. No caso, ela ficou com o segundo bloco leiloado hoje, o Alto de Cabo Frio Oeste, que fica na Bacia de Santos, e ofereceu percentual mínimo de excedente em óleo, 22,87%, segundo a Agência Brasil.
"No regime de partilha, que vigora nos contratos do pré-sal, o excedente em óleo é o percentual oferecido pelas empresas à União, para poder produzir nos blocos. O leilão estabelece um percentual mínimo, e o consórcio que apresentar a maior oferta vence a disputa", explicou a Agência.
Ainda assim. Shell "levou três [blocos no total], uma em parceria com a Petrobras, uma com a Total e outra com as chinesas CNOOC e a Qatar Petroleum."
O primeiro bloco ofertado pela ANP, Peroba, na Bacia de Santos, recebeu propostas de três consórcios. O vencedor tinha 40% de participação da Petrobras, 20% da Petroleum e 40% da BP Energy. O percentual de excedente em óleo oferecido (para a União) foi de 76,96%, contra 65,64% e 61,07% das outras propostas. O bloco teve o maior ágio da rodada, com a proposta 454,07% acima do mínimo exigido no edital.
O leilão foi marcado por disputa judicial. Logo pela manhã, a 3ª Vara Cível da Justiça Federal de Manaus concedeu uma liminar suspendendo o leilão. A suspensão foi obtida em ação conjunta entre o PT, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e sindicatos, que entraram com pedidos em diversos Estados.
A AGU (Advocacia Geral da União) recorreu e obteve vitória no TRF1. - (Aqui).
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