O governo Lula/Dilma tomou a iniciativa de construir reserva internacional - o chamado "colchão de liquidez" - que chegou a algo em torno de 370 BILHÕES DE DÓLARES. Tal 'colchão' permite sustentar que na verdade o Brasil teria tido a oportunidade de, mediante ajustes internos, superar as consequências da queda brutal dos preços de commodities observada nos anos de 2013 e 2014. Teria tido, desde que não tivesse sofrido o boicote a que foi submetido pela 'Câmara de Cunha' a partir do anúncio da reeleição da ex-presidente. Os estragos do boicote, somados às iniciativas equivocadas do ministro Joaquim Levy, agravaram o quadro, e desde então o país amarga o pior, e - sem trocadilho - o pior é que, aproveitando a deixa, ações "modernizadoras" do governo atual vêm sendo implementadas aos borbotões.
'Os sinais de superação estão aí!', 'Não podemos atrapalhar o curso das medidas, elas estão dando certo!', 'Estamos avançando!' - é o que se ouve dos entusiastas do atual estado de coisas. Observadores diversos, a exemplo do a seguir citado, têm, pertinentemente, objeções a fazer:
"Retomada" anunciada por Temer foi "voo de galinha"
Por Fernando Brito
“O Brasil cresceu e vem crescendo”, escreveu Michel Temer em sua carta apelando aos parlamentares para que o poupem da denúncia da Procuradoria Geral da República.
Isso foi na segunda-feira.
Na terça, ontem, o IBGE divulgou os indicadores do setor de serviços (quase 70% do PIB) durante agosto: recuou 1,0% frente a julho, após queda de 0,8% em julho e alta de 1,3% em junho, na série com ajuste sazonal.
Hoje, o Banco Central publicou o seu índice de atividade econômica, o IBC-Br, que veio em queda expressiva de 0,38%, também dessazonalizado (isto é, compensando as variações normais características de cada mês).
Embora os comentaristas da grande imprensa pequem cada número timidamente positivo – até porque as bases de comparação a que se referem são desastrosas – o fato é que não existe nenhum processo consistente de recuperação da economia, que está sendo sustentada, basicamente, na ideia de que está se dando por conta da inflação baixa.
E esta, por sua vez, está ancorada em dois setores, ambos com grau imenso de risco de volatilidade: alimentos e câmbio.
O Governo Temer tem apenas duas diretrizes econômicas: cortar e vender.
Nos cortes, esbarra na resistência natural da política em aprovar retirada de direitos e na impossibilidade de retirar mais ainda de uma máquina onde falta tudo, exceto o privilégio de suas castas intocáveis. Ou, ainda mais preciso com o já velho termo do ex-Ministro Antonio Magri: imexíveis.
Nas vendas de patrimônio, reside sua esperança de alavancar investimentos, o que não só é ilusório num país que tem taxas de retorno financeiro tão altas como o nosso, como impossível com a descapitalização do BNDES, forçado a entregar os saldos que tinha em títulos do Tesouro e, portanto, tendo de ser mais avaro do que nunca na aprovação de projetos e desembolsos, além do que estes terão taxas muito mais altas com o fim da TJLP, a Taxa de Juros de Longo Prazo.
Em suma: o resumo da ópera do governo Temer, em matéria econômica, é o de fazer caixa, reduzindo o déficit público.
E nisso, é só olhar o aprofundamento dos déficits e os malabarismos que se tem de fazer para alcançá-los, mesmo sendo rombos imensos, para ter ideia de sua “eficiência”. - (Aqui).
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Sugestão de leitura:
ESQUECERAM A TAXA DE JUROS, por Paulo Kliass
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ESQUECERAM A TAXA DE JUROS, por Paulo Kliass
Em meio a esse verdadeiro desastre em que está se transformando a realidade social e política em nosso país, uma coisa é preciso que seja reconhecida. O comando da equipe econômica de Temer tem sido absolutamente exitoso em seu objetivo estratégico. Eles estão conseguindo destruir as bases de nossa estrutura produtiva e de nossas relações no âmbito da economia.
Ao levar a cabo a diretriz do austericídio, Meirelles promoveu a combinação perversa de uma política monetária de arrocho inigualável no mundo com uma política fiscal também pra lá de restritiva. [...]. - (Para continuar, clique AQUI).
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