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No post "Xadrez de notícias de ontem" - aqui -, reproduzimos análise de Luis Nassif, que oferece uma 'visão panorâmica' sobre a trajetória de Rodrigo Janot na Lava Jato, culminando com os últimos acontecimentos. Mas, valeria retornar ao episódio sobre as (novas) fitas da JBS? Cremos que sim. O senhor Janot já foi louvado por ministros na sessão de ontem, 6, do Supremo, pelo modo como agiu tão logo ciente do conteúdo das gravações (atitude realmente louvável), o que não parece invalidar a leitura do texto a seguir, também de autoria de Luis Nassif:
AS SUSPEITAS QUE AS FITAS LANÇAM SOBRE RODRIGO JANOT
Uma análise cuidadosa das fitas entregues pela JBS traz apenas um indício de crime: as ligações entre o Procurador Geral da República Rodrigo Janot e o ex-procurador Marcelo Miller.
Fica nítido, nas gravações, de que Miller operava antes de pedir demissão, que Janot tinha ciência desse meio campo com a JBS e que a delação premiada da JBS superou qualquer concessão feita anteriormente a outros delatores.
Os movimentos de Janot, na divulgação da fita, levantam suspeitas fundadas:
1. Tratou de assumir a interpretação do conteúdo das fitas, dar o lide para as matérias.
2. Lançou suspeitas graves e infundadas contra o Supremo Tribunal Federal e o ex-amigo José Eduardo Cardozo, que não se confirmaram na análise das gravações. É evidente que foi manobra de despiste.
3. Na sequência, faz um 'copia e cola' para gerar uma denúncia apressada contra Lula e o PT, tratando de atender à demanda da mídia por ativismo judicial, chamando o PT de “organização criminosa” e outros recursos de retórica ao agrado dos jornais.
Não cola. Tem coisa grave por aí, que precisa ser investigada.
Miller saiu do MPF e uma semana depois ganhou uma bolada de mais de R$ 1 milhão pelo fato de ter trazido a JBS para o escritório de advocacia Trench Rossi & Watanabe.
Um acordo de leniência com o maior grupo empresarial brasileiro tem um valor incalculável. E as próprias gravações mostram um Joesley embriagado não dizendo coisa com coisa, por conta da tensão com o desfecho do caso.
Agora, surgem essas fitas. Nela fica claro que a JBS estava interferindo diretamente nas investigações, através do próprio Miller. É caso mais que justificado para prisão preventiva. No entanto, o máximo que Janot ameaçou foi de uma revisão do acordo e uma futura punição, uso de tornozeleiras e quetais.
Se nos próximos dias não for decretada a prisão de Joesley Batista (Nota deste blog: o ministro Luis Fux 'sugeriu' ao PGR, na sessão de ontem, que determine a imediata prisão do empresário), ficará consolidada a suspeita de que há mais fatos obscuros nas relações Janot-JBS. E o Ministério Público Federal estar sendo instrumentalizado para manobras de despiste. - (Aqui).
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