sábado, 10 de junho de 2017

A ALTERNATIVA JOESLEY


"O professor Eduardo Costa Pinto, em sua página no Facebook, levanta algumas hipóteses sobre os recentes movimentos no front bancário:

a) Com medo do Palocci ou assustados com os vídeos Temer-JBS, os bancos resolveram fazer um movimento de salvação da própria pele;

b) Para isso, os bancos teriam que antecipar suas delações (na frente do Palocci e do andamento da própria operação Lava Jato) seguindo a estratégia Joesley.
c) Temer e a atual equipe econômica, via a Medida Provisória 784, facilitariam isso. Ou seja, a provável manutenção de Temer contribuiria para viabilizar a salvação dos bancos e de seus proprietários (nesse momento salvar a pele é  mais importante do que aprovar reformas);
d) Com a publicação dessa MP, um (ou alguns) banco(s) poderá(ão) realizar a delação premiada sem que isso implique grandes problemas (econômicos e jurídicos) para os mesmos. Segundo reportagem do Estadão sobre a MP: "As instituições financeiras que praticaram alguma irregularidade poderão ficar livres de processo administrativo ou até ter a investigação suspensa para 'atender ao interesse público', caso o investigado assine um termo de compromisso com o Banco Central."
e) A delação da JBS alçou a Lava Jato a um novo patamar de instabilidade e de movimento moto-contínuo.
f) Para se salvar, Joesley jogou muito combustível (mais informações a respeito do núcleo duro das relações entre o público e  privado do capitalismo brasileiro) na fogueira da Lava Jato, ao ponto que nem mesmo a operação e seus consorciados (grande imprensa, em especial a Globo) conseguiram controlar o fogo.
g) Ainda sob os efeitos das labaredas (provocadas pelo efeito Joesley), Janot e Globo aceleraram pra cima do Temer. No afã, a Globo achou que conseguiria derrubar o Temer rápido (comandando uma narrativa), colocando alguém no lugar mais adequado para seguir com as reformas. A globo errou feio no cálculo político! A aceleração da Lava Jato causou preocupações nas outras grandes empresas de comunicação e em outros segmentos empresariais que até o momento estão fora da Lava Jato. Não é por acaso que os mais ricos (segundo pesquisa recente) apoiam a manutenção do Temer;
h) A guerra fratricida se amplia! A instabilidade mudou de patamar, levando junto regras, instituições e legitimidade. Agora é o salve-se quem puder (ou seja quem tem mais força). Antes, o poder de balançar o barco estava com o Ministério Público e a Mídia, agora, os possíveis acusados descobrem que podem fazer isso com um potencial muito maior de desestabilização (efeito demonstrativo Joesley). Portanto, também têm poder no jogo e podem usar isto para alcançar um acordo mais favorável tanto em termos jurídicos quanto econômicos.
i) Em suma, seguimos no processo de falência crescente das instituições e de mergulho no caos."



(De Ronaldo Bicalho - citando o professor Eduardo Costa Pinto -, post denominado "Bancos adotam a estratégia Joesley", publicado no blog de que é titular no Jornal GGN - AQUI.

Convém lembrar que a estratégia Joesley, conforme se vê AQUI, anda meio periclitante...).

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