1) Usar muitas palavras para comunicar poucos pensamentos é o sinal inconfundível da mediocridade. O homem inteligente resume, ao contrário, muitos pensamentos em poucas palavras.
2) Um bom cozinheiro pode dar gosto até a uma sola de sapato. Da mesma forma, um bom escritor pode tornar interessante o assunto mais árido.
3) Existem três classes de autores. Primeiro, aqueles que escrevem sem pensar. Escrevem a partir da memória, de reminiscências, ou diretamente a partir de livros alheios. Essa classe é a mais numerosa. Em segundo lugar, há os que pensam para escrever. Eles pensam justamente para escrever. São numerosos. Em terceiro lugar, há os que pensaram antes de se pôr a escrever. Escrevem exatamente porque pensaram. Estes são raros.
4) Não há nenhum erro maior do que imaginar que a última palavra usada é a melhor, que algo escrito mais recentemente constitui um aprimoramento do que foi escrito antes, que toda mudança é um progresso.
5) Não há nada mais fácil do que escrever de maneira que ninguém entenda. Em compensação, nada é tão difícil quanto expressar pensamentos significativos de modo que todos os compreendam.
6) Palavras ordinárias podem ser usadas para dizer coisas extraordinárias.
7) A mente trivial é reconhecida pelo seu estilo afetado.
8) Como alguém que de tanto cavalgar desaprende de andar, alguns eruditos de tanto ler livros se tornam burros.
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Reflexões de Arthur Schopenhauer (1788-1860), expostas no livro 'A Arte de Escrever', pinçadas/selecionadas por Paulo Nogueira - aqui -. Referido livro reúne ensaios diversos publicados em 'Parerga e Paralipomena', uma das mais importantes obras do autor - a outra é 'O mundo como vontade e representação' -, os quais, conforme se vê aqui, "Embora redigidos na primeira metade do século 19 (...), ao tratar sobre o mundo das letras, os vícios do pensamento humano, as armadilhas da escrita e da crítica, continuam válidos – hoje talvez mais do que nunca. E, marca personalíssima do autor, são modernos, pulsantes de vida, de inteligência e humor".
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Reflexões de Arthur Schopenhauer (1788-1860), expostas no livro 'A Arte de Escrever', pinçadas/selecionadas por Paulo Nogueira - aqui -. Referido livro reúne ensaios diversos publicados em 'Parerga e Paralipomena', uma das mais importantes obras do autor - a outra é 'O mundo como vontade e representação' -, os quais, conforme se vê aqui, "Embora redigidos na primeira metade do século 19 (...), ao tratar sobre o mundo das letras, os vícios do pensamento humano, as armadilhas da escrita e da crítica, continuam válidos – hoje talvez mais do que nunca. E, marca personalíssima do autor, são modernos, pulsantes de vida, de inteligência e humor".
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