segunda-feira, 28 de novembro de 2016

AS PERGUNTAS DIRIGIDAS POR CUNHA AO PLANALTO


"Reproduzo ao lado a relação de perguntas apresentadas pela defesa de Eduardo Cunha para serem submetidas a Michel Temer.

As marcadas com fundo rosado são as que Moro proibiu fossem feitas no questionário que se enviará ao Palácio do Planalto.

Não importa que seja um ser desprezível, Eduardo Cunha tem o direito de defesa e faz parte dos recursos possíveis à defesa de um acusado refazer os ambientes e as teias de interesse que se formavam na situação em que é acusado.

Mais ainda porque Temer tem todas as condições, respondendo por escrito, de buscar suas agendas, rever sua contabilidade de campanha e de se aconselhar com seus advogados sobre o que poderia prejudicá-lo.
Só o que não poderia seria mentir, porque à testemunha isso não é permitido (como é ao acusado) sob pena de perjúrio.
A atitude de Sérgio Moro passa uma lixa grossa na tarefa de Temer ao responder, mas está completamente desprovido de razão ao dizer que  não podem ser feitas tais ou quais perguntas, se o réu considera relevantes para sua sustentação e elas em si não geram incriminação direta à testemunha.
É óbvio que se fossem perguntas do tipo “o senhor desviu tanto”, “o senhor recebeu tanto da empresa tal”, claro que não se poderia fazer, porque significaria que se estava investigando o Presidente da República, o que de fato é vedado a um tribunal de primeira instância, embora Moro não de tenha dado conta destes limites quando se tratou de espionar Dilma Rousseff e divulgar suas conversas aos quatro cantos da terra.
Mas não eram e não havia motivos para vetá-las, como foi feito.
Mas, ao formulá-las e trazer situações e personagens específicos, produziu uma detalhada pauta para o que resta de jornalismo investigativo - e não “vazativo” - no jornalismo brasileiro, que segue se afundando no sabujismo.
E mostra que não cessou, mesmo na cadeia, de fazer o que sempre fez: pressionar e chantagear para obter benefícios.
E, neste momento, nenhum benefício interessa mais a Cunha que o habeas corpus que dificilmente obterá no Supremo Tribunal Federal.
A menos que continue fazendo perguntas inconvenientes, pelo menos no juízo do Dr. Moro."


(De Fernando Brito, post intitulado "As perguntas [proibidas e permitidas] de Cunha para Temer", publicado no blog Tijolaço - AQUI -, coordenado pelo articulista.
O fato é que as perguntas remanescentes - no caso, as que 'sobreviveram' aos cortes efetuados pelo juiz - representam, ainda, amplo leque de ocorrências. É ir ao post de Brito e ler todas as indagações.

EM TEMPO:
A propósito do assunto, o Jornal GGN, no post "Moro impede que Cunha acuse o envolvimento de Temer no esquema", dá conta de que...

O juiz federal Sérgio Moro barrou a clara estratégia da defesa de Eduardo Cunha (PMDB) de reverter a responsabilidade que recai sobre ele na mira da Operação Lava Jato para o presidente Michel Temer, com duplo viés: se Temer desconhecer, Cunha não pode ser condenado; e se Temer responder as perguntas, é ele quem deve responder na Justiça.

Mas de um total de 41 perguntas enviadas pelo advogado do peemedebista para o presidente responder por escrito, apenas 20 foram liberadas por Moro. Conforme divulgou o GGN, o ex-presidente da Câmara arrolou Michel Temer para ser sua  testemunha na investigação contra o ex-parlamentar na Lava Jato em Curitiba. 
- Para continuar, clique AQUI).

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