"Sem querer ser "palmatória", mas já exercendo o mister, deploro o estilo "sinal trocado" que atualmente molda o debate político.
O que seria esse "sinal trocado"? Simples: João tem hoje a posição A (positiva) tomada a partir de certos fatores, ou mesmo só premissas, a exemplo de deplorar as acusações/difamações da imprensa ou de jornalistas sem provas cabais. Aí, pela ironia do destino, se depara com a mesma situação, só que invertida: um jornalista que acusou sem provas é condenado e só porque as vítimas eram do "outro lado" (situação B), o mesmo passa a condição de vítima. Não interessa se só muito depois fica comprovada a denúncia, mas sim que naquele instante ele não possuía as provas cabais.
Paulo Francis, o jornalista, deveria ter sido mais paciente. Agiu, talvez, pensando que estava no Brasil e não nos EUA, onde o aparato judicial é mais rigoroso.
Era um elitista-esnobe-pedante e fazia questão de não disfarçar isso. O suposto golpe se daria porque para ele Lula era despreparado analfabeto. Fosse vivo hoje, esse jornalista com certeza seria um dos mais ácidos críticos (dentre os primeiros) do ex-presidente.
Foi, sim, de esquerda até que descobriu as "delícias" do sistema capitalista. A justificativa, prosaica, para a inflexão, foi quando em visita ao meio-oeste americano, algum tempo depois de radicado nos EUA, ficou espantado, deslumbrado, com o progresso e a qualidade de vida lá encontrados, em contraste com a pobreza e a estagnação nos países socialistas.
A partir de então se tornou um radical defensor do primeiro modelo e crítico mordaz do segundo."
(De J. B. Costa, assíduo leitor do Jornal GGN/Luis Nassif Online, a propósito dos episódios que culminaram na morte do jornalista Paulo Francis, em fevereiro de 1997, nos EUA, atribuída por muitos - inclusive sua mulher, jornalista Sonia Nolasco Ferreira - à pressão decorrente de ação judicial promovida nos EUA por diretores da Petrobras, no governo FHC, em face de acusação de desvio de dinheiro exposta no Manhattan Connection, da GloboNews, em Nova York, pelo jornalista.
O comentário de Costa está no post "Paulo Francis profetizou: se Lula fosse eleito, provocaria outra revolução [Golpe]" - AQUI.
Vale a pena dedicar atenção ao post indicado, onde outros comentários igualmente interessantes - e que colidem em certos pontos com o de Costa - estão presentes, além de dois vídeos em que o jornalista Francis discorre sobre o assunto acima e emite outras impressões - incluindo Goulart 1964, e FHC - igualmente 'polêmicas'.
Nota: Consta que Paulo Francis não teria provas do alegado desvio de dinheiro da Petrobras nos anos 90, por membros da diretoria. Pode ser. Mas algo parece certo: o jornalista contou com ao menos um informante - que em 2014 prometeu falar a respeito, mas, em face de enigmáticas razões, não o fez - aqui.
Por longos anos, acompanhei o trabalho de Francis, inicialmente no semanário O Pasquim, em que abordava temas os mais variados, com ênfase, porém, na cultura norte-americana (a cultura da 'Metrópole', como ele dizia), em seguida, como correspondente, em Nova York, da Folha de São Paulo - com a coluna 'Diário da Corte' -, para onde retornou após atuar na mesma função, por certo período, no Estadão. Foi também correspondente da TV Globo, em razão do que participava do Manhattan Connection, liderado por Lucas Mendes. Romancista frustrado - conquanto autor de livros bem... legíveis -, chato, empostado, elitista, neoliberal, mas detentor de estilo peculiar, bom de ler, discordâncias, claro, à parte).
Nota: Consta que Paulo Francis não teria provas do alegado desvio de dinheiro da Petrobras nos anos 90, por membros da diretoria. Pode ser. Mas algo parece certo: o jornalista contou com ao menos um informante - que em 2014 prometeu falar a respeito, mas, em face de enigmáticas razões, não o fez - aqui.
Por longos anos, acompanhei o trabalho de Francis, inicialmente no semanário O Pasquim, em que abordava temas os mais variados, com ênfase, porém, na cultura norte-americana (a cultura da 'Metrópole', como ele dizia), em seguida, como correspondente, em Nova York, da Folha de São Paulo - com a coluna 'Diário da Corte' -, para onde retornou após atuar na mesma função, por certo período, no Estadão. Foi também correspondente da TV Globo, em razão do que participava do Manhattan Connection, liderado por Lucas Mendes. Romancista frustrado - conquanto autor de livros bem... legíveis -, chato, empostado, elitista, neoliberal, mas detentor de estilo peculiar, bom de ler, discordâncias, claro, à parte).
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