domingo, 14 de fevereiro de 2016

A LAVA JATO E OS RADICAIS SINCEROS


Quem são os 'radicais, porém sinceros' da Lava Jato

Por Luis Nassif

O caso Mossack Fonseca provocou um rebuliço enorme na Lava Jato.
Quem foram os responsáveis por essa trapalhada, que expôs de tal maneira a operação? Há um desgaste interno nítido. Mas o desgaste maior é com o parceiro maior da operação, as Organizações Globo.
Como Sherlock Holmes identificaria os responsáveis pela trapalhada?
Os Marinho têm seus pontos de contato com a Lava Jato através de seus jornalistas. Dificilmente se imiscuiriam com os movimentos internos da operação.
Sendo assim, não teria verossímil nenhuma retratação pessoal dos responsáveis pela trapalhada, tipo, “fui imprudente e coloquei vocês no fogo”. Zeus fornece a carruagem mas não permite contatos pessoais – a não ser em cerimônias oficiais de premiação.
A parceria é midiática. Por isso, a única maneira da ponta – procuradores, delegados, jornalistas – se comunicarem com o centro é através dos canais de parceria permitidos pelos Marinho.
Para decifrar o enigma, portanto, há a necessidade de analisar movimentos estranhos no lado público da Lava Jato: a mídia. Quem poderia estar demonstrando necessidade de firmar posição, de purgar agum erro cometido?
Do lado da mídia, um dos diretores da Lava Jato, Diego Escostegui que, de repente, volta a tuitar matérias passadas sobre o escândalo, como se quisesse mostrar saldo positivo na conta corrente da Lava Jato.
(...)
Do lado do Ministério Público Federal, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, na surpreendente entrevista ao Estadão, em que abriu mão de qualquer cautela e assumiu definitivamente a postura de um deus ex-machina expondo claramente seu alvo.
Passei horas imaginando as razões que o teriam levado a se expor tanto: alguma ameaça à Lava Jato; a tentativa de requentar o impeachment. Nada disso. O maior provável é tentar se redimir do caso Mossack Fonseca.
Mencionei Sherlock porque estou seguindo a série pela Netflix, produção da BBC. E, nos capítulos atuais, Sherlock enfrenta aquele que o roteiro define como o mais perigoso vilão de Londres, Charles Augustus Magnussen, o dono de um poderoso conglomerado de mídia, apelidado de “o Napoleão da chantagem”, mostrando um pouco do estado de espírito britânico depois das aventuras de Rupert Murdock por lá. (Fonte: aqui).
...............
E quanto ao caso Mossack Fonseca, especificamente, o que há de novo a respeito? Eis que o destemido blog VioMundo, liderado pelo jornalista Luiz Carlos Azenha, dá o recado:

"Nosso investigador no caso da mansão de praia dos irmãos Marinho em Paraty, TC, complementa seu trabalho com mais algumas informações relevantes.
Seguem abaixo:
A Polícia Federal já dispõe de dados suficientes para denunciar a Mossack Fonseca como “lavanderia” encarregada de montar empresas (ver relatórios no pé do post).
O objetivo das empresas, obviamente, é esconder patrimônio, lavar dinheiro e burlar o Fisco.
No Brasil, a Mossack oferecia serviços no Panamá, Ilhas Virgens Britânicas, Seicheles, Samoa, Nevada (Estados Unidos) e Anguila (Caribe). Manter uma fundação, por exemplo, custa cerca de U$ 3 mil anuais. O serviço mais sofisticado envolve a oferta de “laranjas”.
Conforme demonstrei neste post, a Agropecuaria Veine, que tem a titularidade da casa dos irmãos Marinho em Paraty, recebeu logo de início a sociedade de uma empresa panamenha. Depois de mudar de endereço, mudou também de sócios. Hoje é controlada no papel por um brasileiro (Celso de Campos), o panamenho Jorge Luiz Lamenza e a empresa Vaincre. (...).(Para continuar, clique AQUI).

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