"Repilo e deploro qualquer tentativa de desqualificar 2015. Eu só não diria que foi um grande ano porque terá 365 dias como todos os outros. Mas foi o ano em que a democracia brasileira resistiu a várias tentativas de golpe comandadas por um conluio entre picaretas notórios, analfabetos políticos e fascistas, estes últimos recém-saídos do armário em que se esconderam desde o vexame de Fernando Collor de Mello na Presidência.
Não, o Estado Islâmico e seu terror não nasceram em 2015. A essa turma que tornou a praia um inferno com seus arrastões não foi negada educação só neste ano. As barreiras de Mariana não foram negligenciadas e mal fiscalizadas apenas no momento em que se romperam. Nossos maiores corruptos, de longas carreiras políticas, já estão por aí há décadas.
Como sempre acontecerá, morreu gente legal (e também uma infinidade de pilantras). Mas também nasceu gente boa e outra infinidade de futuros energúmenos.
Foi um ano como outro qualquer, só que a nossa decadência como sociedade fica cada dia mais flagrante, a exclusão vem ganhando há tempos a queda de braço contra os programas sociais dos governos. Os recursos naturais estão se esgotando dia após dia (e continuamos fazendo apologia ao sexo na mídia, um programa de controle de natalidade às avessas).
De mais a mais, a seleção brasileira não levou de sete de ninguém neste ano. E, pelo menos, começaram, ainda que timidamente, a questionar o poder da detentora dos direitos de transmissão sobre o futebol brasileiro.Salve 2015, afinal, ainda estamos aqui pra contar a história."
(De Marcelo Migliaccio, em seu blog, post intitulado "Desagravo a 2015" - aqui).
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