Impeachment é tentativa de golpe na democracia, diz editor do Le Monde
Em entrevista ao Jornal da Record News, Silvio Caccia Bava, editor da revista Le Monde, afirma que o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff pode ser considerado uma tentativa de golpe na democracia, e que ele pode ser a pá de cal na avaliação do sistema político brasileiro. Ele ressalta que as discussões sobre o impedimento tratam pouco sobre conteúdo, e que as pedaladas fiscais também ocorreram em governos anteriores. (Nota deste blog: De fato, pedaladas foram dadas também por governos anteriores; além disso, o próprio vice Michel Temer, constitucionalista louvado por Gilmar Mendes por seus doutos conhecimentos, deu pedaladas diversas quando ocupou interinamente a presidência da República - já no mandato em curso -, o que permite concluir que ele, Temer, igualmente nada detectou nos referidos atos que pudesse caracterizar crime de responsabilidade).
O editor Silvio Caccia acredita que a crise política atual começa em 2011, com a decisão da presidente de reduzir a taxa Selic e também os juros ao consumidor, através da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. Isso teria unido a elite financeira do país contra a reeleição de Dilma. Além disso, ele menciona o número de deputados que foram financiados por grandes empresas, políticos esses que agem por fidelidade a compromissos que, "se desvendados, levariam os deputados para a cadeia".
(Nota deste blog: Permito-me transcrever o interessante comentário do leitor Luiz de Souza: "Redução Taxa Selic e juros do BB e Cx. Econômica - Estão aí 50% dos motivos da campanha contra Dilma. O restante são Interesses estrangeiros sobre o petróleo e a Petrobras, autonomia do Brasil no desenvolvimento de armas, como o submarino atômico e muitas outras, e a autonomia com a criação do Banco Brics sobre o sistema financeiro mundial. 2% é a revolta da nossa burguesia pelo aumento do salário mínimo, pela manutenção da Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida, estes habilmente explorados pela mídia. Mas os Coxinhas acham que é a corrupção.").
E acrescento: Vale apontar, também, a 'capitalização' da insatisfação popular, por parte de setores da mídia e políticos e lideranças diversas, que atribuem ao governo federal toda a responsabilidade em face das dificuldades decorrentes da queda do valor e do volume das commodities exportadas pelo Brasil, além dos prejuízos advindos da escassez de água em algumas regiões, e do excesso de chuvas em outras.
Para ver a entrevista em questão, clique AQUI.
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