sábado, 12 de setembro de 2015

EQUANIMIDADE NA LAVA JATO


"Será que - só por equanimidade - não poderia considerar a beleza e o mérito de argumentos tais como: "em seu relatório, o delegado reconhece que não há provas do envolvimento direto (...), porém considera que a investigação 'não pode se furtar à luz da apuração dos fatos'
... e aplicar esse mesmo raciocínio a quem foi denunciado por Youssef como mensaleiro de Furnas? 

Ou a quem teve um helicóptero de sua propriedade apreendido com 445 kg de pasta-base de coca?
... ou àqueles (assim chamados) "servidores públicos" de alguma forma envolvidos no prejuízo causado pelo (assim chamado) cartel que, no (assim nunca chamado) Trensalão Tucano, teria causado prejuízo (assim dimensionado pelo MP) de 1 bilhão de reais aos cofres públicos?

Ah!... Mas como são seletivos os critérios da imprensa e de certos agentes e delegados empoleirados na PF e procuradores idem (idem) no Ministério Público! E os juízes?! E a imprensa?!

O Brasil vive um enredo misto de Orwell e Kafka. Só a moralidade e a impunidade tucanas destoam, pois fazem parte, respectivamente, dos contos da carochinha e do realismo mágico..."







(De Paulo BR, comentando o post "Polícia Federal nega explicações sobre pedido para ouvir Lula na Lava Jato", publicado no Jornal GGN - aqui.

De fato, soa no mínimo estranho o 'pedido' da PF. Inicialmente, ao "reconhecer que não há provas do envolvimento direto" do ex-presidente, afirma que poderia haver envolvimento indireto! Ora, a PF não encontra prova direta e propõe constranger o ex-presidente com base na suposição de que, segundo ela, há prova indireta?! Constranger, sim, pois qual seria outro resultado a ser colhido, senão o de 'queimar' a imagem do ex-presidente, candidato a presidente da República em 2018? É praxe: todo pedido tem de ser devidamente fundamentado. Qual o fundamento para a oitiva do ex-presidente? Provas indiretas, diz a PF. Quais? Claus Roxin torceria o nariz e observaria: "Trata-se de uma das mais canhestras e bizarras tentativas de aplicação da minha teoria do domínio do fato!").

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