sábado, 14 de março de 2015

CONTAS SECRETAS HSBC: A PRIMEIRA PARTE DO CICLO


"A publicação pelo Globo da lista de jornalistas e donos de grupos jornalísticos brasileiros com contas no HSBC fecha a primeira parte do ciclo.

Primeiro, desnuda de vez o jogo de Fernando Rodrigues, o único jornalista brasileiro com acesso à lista total do HSBC.

Lembrava-me há pouco um velho colega que Rodrigues sempre teve fama de “listeiro” – o jornalista que consegue longas listas de nome e não consegue trabalhá-la, limitando a reproduzir listas.

No episódio HSBC foi pior.

Ao se deparar com o nome de donos de jornal, Rodrigues amarelou e jogou da pior forma possível.
Tivesse dignidade, teria se afastado das investigações e transferido suas atribuições para terceiros.
Em vez disso, montou um jogo de empurra, fingindo escrúpulos e receio de atingir inocentes quando, no fundo, apenas participava de uma trama para esconder as contas.

O alarido montado pelas redes sociais produziu um fenômeno. Atrás de um álibi para o fato de ter sentado na matéria, Rodrigues transferiu a responsabilidade para órgãos públicos, para quem ele teria transferido sua seleção pessoal de suspeitos – corto um braço se na lista de Rodrigues havia algum dono de grupo jornalístico.

A provocação fez o Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo se mexer. Afinal, se um jornalista como Rodrigues desafiava o poder público a investigar os nomes, certamente não deveria haver risco de se deparar com tubarão. Como um bólido, com três meses de atraso solicitou a lista dos correntistas à França. Agora se sabe que, mais cedo ou mais tarde, apareceriam os nomes.

Daí que, em uma manobra preventiva, o Globo publica os nomes de jornalistas, donos de grupos jornalísticos e outras personalidades que estão na lista. Em breve serão alvo de investigações da Polícia Federal. Mas, saindo antecipadamente no Globo, tenta-se passar a sensação de que não há nada a temer.

Uma curiosidade: a conta da Folha foi aberta um mês após a invasão da Polícia Federal, no início do plano Collor. Entendia-se a preocupação com a guerra armada. A dúvida é que a economia estava vivendo o pleno bloqueio de cruzados.

Por Jotavê
Isso tudo ajuda a entender a "demissão" de Fernando Rodrigues da Folha. Sabendo que seu nome estava lá, Frias encontrou um modo de se blindar: se os "métodos de seleção" de Rodrigues fossem desnudados (como começam a ser), o jornalista estaria relativamente afastado do nome do jornal - a patranha apareceria num blog do UOL, enão nas páginas da Folha. O emprego da Eliane Cantanhede foi utilizado como cortina de fumaça. A demissão dela deu a impressão de que estaria havendo um reequilíbrio ideológico, com maior equilíbrio entre esquerda e direita. Tudo isso para levar a bomba-relógio da lista para longe da redação."





(De Luis Nassif, no Jornal GGN, post intitulado "Para entender a lista do HSBC no Globo" - aqui.

Enquanto O Globo, temendo, quem sabe, o pior, antecipa alguns nomes de titulares de contas secretas - mas, lembremos: são 8.667! -, o jornalista Fernando Rodrigues, ex-dono monopolista da lista, entrevista - AQUI - o autor do requerimento de instalação de CPI do SwissLeaks, senador Randolfe Rodrigues, do PSOL, que informa as medidas a serem postas em prática pela Comissão relativamente ao escândalo.

O tema, claro, será tratado 'aos costumes' pela grande mídia, como de praxe...).

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