terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

PETROBRAS: O QUE O JN OMITIU


"A edição do Jornal Nacional de segunda-feira, 9 de fevereiro, gastou 4 minutos e 49 segundos para dizer que, de 2008 a 2015, a Petrobrás, devido ao que os famigerados “especialistas” da Globo chamaram de “erros de gestão”, perdeu cerca de ¾ de seu valor de mercado, passando de 510 bilhões de dólares há 7 anos para 116 bilhões de dólares hoje.

Uma dessas especialistas também se deu ao desfrute de falar que a empresa teria a maior dívida do mundo, estimada em 261 bilhões de dólares.

A primeira malandragem dessa matéria está na avaliação de 510 bilhões de dólares da Petrobrás em 2008. Ao longo daquele ano, o barril do petróleo chegou a ser cotado a 135 dólares, caindo para 48 nos últimos meses. A avaliação de que a empresa custava 510 bilhões de dólares foi feita durante a alta.

Caso a Globo tivesse usado o preço do barril de petróleo do período de outubro a dezembro, o valor de mercado atribuído à empresa seria muito menor.

Mas a coisa não para por aí. Os “especialistas” globais comentaram o alto endividamento da empresa, de 261 bilhões de dólares, mas esqueceram de dizer que as reservas estimadas do pré-sal chegam a 27 bilhões de barris de petróleo, de modo que podem valer, ao preço atual do barril, cerca de 1,5 trilhão de reais. (Nota do editor: estimativa de volume de reservas do pré-sal é do jornal O Estado de São Paulo.)

Mas o mais peculiar é que o Jornal Nacional, ao falar do valor da empresa, “esqueceu” de contar ao seu público que essa queda de valor de mercado da Petrobrás se deve muito à expressiva queda do preço do petróleo, que passou de mais de 100 dólares para cerca de 50, atualmente.

E já que o telejornal abordou o valor de mercado da Petrobrás, poderia ter tido a honestidade de contar ao seu público que, em 2002, a empresa valia apenas 15 bilhões de dólares, de modo que, se hoje vale 116 bilhões, sob os governos do PT valorizou-se mais de SETE VEZES.

Confira, abaixo, matéria de O Globo que reconhece que, no último ano do governo FHC, a Petrobrás valia, apenas, 15 bilhões de dólares.


Claro que os flagrantes de corrupção provocaram perda de valor da empresa, mas, com tudo isso – queda do preço do petróleo e corrupção – a Petrobrás é, hoje, muito mais forte e promissora do que há 12 anos. Assim, atribuir apenas deméritos a ela não passa de politicagem barata, “esporte” que a toda-poderosa Globo não se cansa de praticar."






(De Eduardo Guimarães, em seu Blog da Cidadania, post intitulado "JN 'esqueceu' de dizer que Petrobrás se valorizou 7 vezes desde 2002" - aqui.

A omissão do JN não deve ser vista com estranheza: há um precedente recente: os telejornais globais foram orientados a omitir qualquer citação ao governo FHC no que tange à Lava Jato - mas o jornal O Globo, pelo visto, não foi alcançado pela recomendação: em entrevista, o ministro da Justiça fala sobre a ligação:

"Tenho visto depoimentos que estão públicos que mostram atos ilícitos possam ter ocorrido na Petrobras não só no período mais recente, mas desde 1997. Tudo isso tem que ser apurado. É um dever da Polícia Federal apurar se é no governo a, b ou c."

....
A seguir, outra abordagem merecedora de registro, escrita por Antônio Mello em seu blog, tratando de Graça Foster:

"Contando fora do contexto da mídia, que quer privatizar a Petrobras, ninguém acredita. Mas a sequência é exatamente esta:

1. Graça Foster, que nasceu num morro do Rio, começou a vida como catadora de papel, tornou-se engenheira, entrou na Petrobras como estagiária e depois de 35 anos chegou à presidência, recebe o prêmio máximo da Sociedade Mundial dos Engenheiros de Petróleo (Society of Petroleum Engineers – SPE), o Distinguished Lifetime Achievement Award 2014. Pela primeira vez um brasileiro leva o prêmio.

2. A Petrobras dirigida por Graça Foster ganha o maior prêmio da indústria de petróleo e gás offshore mundial.

3. A Petrobras dirigida por Graça Foster torna-se maior produtora de petróleo do mundo entre empresas de capital aberto.

Logo, pela lógica entreguista e antipatriótica da mídia corporativa e de nossas elites, pedem a cabeça de Graça Foster.

Conseguem.").

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