terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
BETH CARVALHO, MADRINHA DO CARNAVAL
A insubstituível do Carnaval
Por Augusto Diniz
Lá vem Paulinho da Viola (homenageado pelos 50 anos de música), Monarco, Velha Guarda da Portela e Zeca Pagodinho pela avenida.
Martinho da Vila Isabel também não perdeu o desfile.
O compositor Djalma Sabiá, com 89 anos, único fundador vivo do Salgueiro, entra na Sapucaí.
Mangueira homenageia as mulheres e em um carro aparecem Alcione e Leci Brandão.
Mas a madrinha não pode ir – a imprensa avisa que a cantora não compareceu por problemas de saúde. Logo ela que já foi exaltada por várias agremiações de samba.
A madrinha também dos blocos de rua, do Bola Preta, do Cacique de Ramos, do Nem Muda Nem Sai de Cima, do Barbas, do Monobloco – foi até criadora de um, o Concentra Mas Não Sai (que ficava parado).
Gravou sambas do Simpatia É Quase Amor e do Bloco de Segunda.
A onipresença em rodas de samba, a afirmação do gênero fora do Carnaval, tornou-se um marco na sua vida. Foi lá por décadas que conheceu sambas e sambistas. Deu canjas históricas.
Garimpou muito e bebeu da fonte. Apadrinhou alguns, interpretou vários em milhares de shows e dezenas de discos.
De um ativismo raro na música brasileira, sempre disse que os compositores de Carnaval precisam ser reconhecidos pela mídia – uma resposta à barbaridade dos desfiles carnavalescos televisivos que ignoram os verdadeiros sambistas das escolas.
Lutou pelo controle de discos pelos artistas muito antes da pirataria – a proposta era evitar fraude de vendagem das gravadoras. Lobão foi seu maior (e quase único) aliado nessa história.
De discurso político afiado, não refugaria a uma boa prosa – com quem quer que fosse – sobre o momento vivido pelo País. Jamais trocou de lado ao sabor dos ventos.
Beth Carvalho fez uma falta danada neste Carnaval. Melhoras madrinha! (Fonte: aqui).
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E mais: a madrinha tem laços de parentesco com a acolhedora cidade de Luzilândia!
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