(O invocado tio Sukita).
Jingles e propagandas inesquecíveis
Por Tamára Baracov
Na era dourada do rádio, no início dos anos 1930, as propagandas no horário nobre eram proibidas. Para driblar essa proibição os publicitários tiveram uma ideia genial: inventaram o jingle que mencionava o produto sem a tentativa de vendê-lo. Nos anos 1950, os jingles atingiram o ápice artístico, quando famosos compositores passaram a criar slogans e os direitos eram pagos diretamente a eles e não ao fabricante. A partir dos anos de 1960, os jingles começaram a ser produzidos também para campanhas políticas. O mais famoso foi o criado para a campanha de Jânio Quadros: Varre, varre, vassourinha... Quando o mercado se tornou saturado de vários produtos, e já não era mais possível pregar a supremacia absoluta de um produto, os jingles foram substituídos por músicas populares, o que causou o seu declínio.
Do passado brilhante, não tão distante, dos jingles e dos comerciais inesquecíveis, quem não se lembra do trio do Bamerindus, que nos lembrava que ‘o tempo passa, o tempo voa’? Ou do pobre pescador japonês Urashima Taro, que salvou uma tartaruga e como prêmio ganhou uma viagem para o Brasil? Ou do banho de alegria com as duchas Corona? Ou, ainda, da voz da moça do shampoo Colorama? A voz era a mesma, mas os cabelos, quanta diferença! Ou o clássico da publicidade brasileira, com uma ideia simples e bem executada, a minha propaganda favorita, a do tio Sukita, o conquistador que só levava fora das menininhas? E do Fernando e sua bonita camisa que tanto agradava ao chefe? E da liberdade de uma calça velha, azul e desbotada da UsTop? Ah! E do Theobaldo do Guaraná Antarctica, que explicava o que era Boko Moko? Uma expressão que fez muito sucesso para designar tudo que era fora da moda?
Alguns jingles e propagadas foram tão eficazes que se infiltraram na nossa memória e ficaram. E é isso o que o jingle deve fazer, fixar não apenas marcas, mas também seus produtores. Em alguns casos, como nesses exemplos, o produto nem existe mais, mas o jingle permanece na imaginação.
(Clique AQUI para ver jingles e propagandas inesquecíveis).
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De fato, certos comerciais ficaram 'guardados' para sempre. Já nos dias que correm, dada a profusão de canais de TV (aberta e paga) e redes sociais disponíveis, há comerciais também marcantes, mas praticamente ignorados, pois simplesmente não são vistos. Mas, convenhamos, tal realidade não é lamentável; não é, cá entre nós, nenhuma brastemp - para trazer à tona o chavão de um antigo comercial.
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