sábado, 7 de junho de 2014
OLD CARTUM
Fortuna. (Nos anos de chumbo).
Aqui, interessante texto sobre Fortuna e o livro que marca os 20 anos de seu falecimento: 'Fortuna, o cartunista dos cartunistas'.
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Breves impressões sobre Fortuna (recolhidas do blog de Elaine Elesbão):
.Fortuna era (e é) adorado por seus pares, mas pouco lembrado pelo grande público. Colaborador da revista “Pif-Paf” e jogador do primeiro time do “O Pasquim” ao lado de Jaguar, Ziraldo e Henfil, foi um dos menos conhecidos entre os grandes nomes, que ainda incluíam Millôr Fernandes. Se a Comissão da Verdade traz à tona histórias escabrosas sobre o passado recente do país, a compilação busca jogar luz sobre as diversas fases da carreira deste humorista nascido no Maranhão e criado no Rio.
.Fortuna era um cara muito tímido e muito elegante. Ele não badalava, não ficava falando o tempo todo de sua obra e de si mesmo, fazendo autopropaganda. E, naquele momento em que o Rio era uma enorme caixa de ressonância para artistas como ele, ele foi embora para o “exílio” em São Paulo — conta Loredano (organizador do livro 'Fortuna, o cartunista dos cartunista'), na tentativa de explicar a “surpreendente” falta de alcance da obra de Fortuna, publicada no “Correio da Manhã” entre 1965 e 1968, além de na revista “Veja”, na “Folha de S.Paulo” e na “Gazeta Mercantil”.
.Loredano selecionou 335 cartuns, a maioria inédita em livro. Estudioso de J. Carlos e Nássara, ele se derrete em elogios ao chargista, com quem conviveu: "Fortuna tinha um traço muito limpo, econômico, cujo resultado parecia espontâneo, mas era sempre muito sofrido. Como um grande de jogador de futebol, um Pelé, ou mesmo um grande ator, que parece jogar ou atuar com extrema facilidade, mas que na verdade treinou exaustivamente para chegar até ali. Fortuna era muito criterioso, rigorosíssimo. A mesma exigência que ele tinha com o traço, tinha com a palavra que o acompanhava. Precisa, limpa. Ele só falava o essencial, nada de enfeite.
."Fortuna nunca teve preocupação com a posteridade. Existe um mito entre as pessoas do 'O Pasquim' de que ele era um perfeccionista sem qualquer capacidade de responder ao mercado. Ele ficava retocando os desenhos e não cumpria os prazos — conta o diplomata e poeta Felipe Fortuna, um dos quatro herdeiros do cartunista e um dos idealizadores do projeto. — A geração do meu pai se diversificou. Os colegas foram fazer outras coisas, enquanto ele estava interessado apenas em ser chargista. Ele não se interessava em receber outros tipos de encomenda, recusava trabalhos que não fossem alinhados com o que ele acreditava, o que causou problemas financeiros em nossa família. Esse era o paradoxo de Fortuna!
.Fortuna costumava dizer que cada charge era um editorial. Este livro é como um depoimento que ele deixa sobre o Brasil, sobre a história da política recente, com a qual ele esteve bastante envolvido. (Fonte: aqui).
Grande Fortuna!
ResponderExcluirLembro quando ele esteve aqui na nossa querida Teresina. De uma simplicidade "franciscana".
Beijos.
O cartunista dos cartunistas era isso mesmo, querida. Grande figura.
ResponderExcluirBeijos.