segunda-feira, 23 de junho de 2014
EVOLUÇÃO REAL DA RENDA: O BRASIL FRENTE A OUTROS PAÍSES
Quem quer crescimento de renda como o do Primeiro Mundo?
Por Fernando Brito
O ótimo blog de Fernando Nakagawa, no Estadão, dá hoje conta de como anda a distribuição de renda nos países mais ricos.
Ele informa que “pobres e ricos perderam dinheiro com a crise que se arrasta há mais de cinco anos”.
Mas também registra que uma pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra, para variar, que o castigo foi bem maior para quem tem menos.
A renda média dos 10% mais ricos caiu a um ritmo anual de 0,78% entre 2007 e 2011, a perda da renda dos 10% mais pobres foi o dobro: 1,61% por ano.
O resultado detalhado está no gráfico lá em cima.
Como eu não sou “economista” nem “jornalista econômico”, que não conseguem situar o Brasil dentro do mundo – embora todos eles encham a boca para falar em “globalização” –, fui buscar dados que permitissem uma comparação com o nosso país.
Como não achei uma que pegasse o período exato, coloquei dois, com base na Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar, agrupados pelo IPEA, para que os mal-humorados não venham a invalidar a comparação.
Entre 2003 e 2011, os 10% mais pobres no Brasil tiveram um incremento de renda de 80,8%, ou média anual de 6,8%. Os 10% mais ricos também cresceram, mas 26,9%, ou média anual de 2,7%.
Na crise, entre 2009 e 2011, o décimo mais pobre cresceu 9,1% e o mais rico, 4%. Na média de taxas anuais, isso dá 2,95% e 1,32%.
Coloquei estes os números no gráfico do Estadão, lá em cima e aqui embaixo.
Depois de vê-los, diga-me se você quer seguir as receitas que eles vivem nos dando.
Porque os muito ricos continuam ganhando, mas não suportam que não seja tudo, e que os pobres ganhem também.
Fonte: aqui.
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Enquanto isso, economistas como Armínio Fraga já decretaram: é inaceitável a continuidade do critério de atualização do valor real do salário mínimo (índice de inflação + percentual correspondente à diferença positiva entre o PIB do ano anterior em confronto com o do ano precedente). À alegação de que o mercado não suporta a elevação real do salário mínimo Fraga alia a necessidade de que haja "algum desemprego" (desemprego deliberadamente provocado pela política econômica, entenda-se), o que daria ensejo ao céu de brigadeiro por onde voaria o avião do Livre Mercado. Eis aí duas das chamadas "medidas impopulares" já (praticamente) anunciadas pelos áulicos do laissez faire mercadológico.
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