domingo, 1 de junho de 2014
APOSENTADORA: SENSATA ESPECULAÇÃO
"(...). É mais provável que Joaquim Barbosa tenha precipitado sua aposentadoria porque, a partir de novembro, quando deixasse a presidência do STF, seria substituído pelo atual vice-presidente, ministro Ricardo Lewandowski, seu desafeto público e notório. Habituado ao centro do palco, Barbosa certamente se sentiria desconfortável no papel de mero coadjuvante, tendo no tablado principal o colega com quem manteve disputas acirradas e pouco protocolares.
Ao escolher o período da Copa do Mundo para anunciar sua saída de cena, o controverso magistrado demonstra um atilado senso de oportunidade, pois sabe que em poucos dias a pauta dos jornais vai se deslocar de Brasília para a Arena Corinthians, e dali para os demais estádios que vão abrigar a disputa futebolística.
Para frustração da imprensa hegemônica e alívio de seus adversários, Joaquim Barbosa vai provavelmente fazer o caminho inverso de Getúlio Vargas: está deixando a História para viver a vida."
(Luciano Martins Costa, em artigo intitulado 'Um exercício de especulação', publicado no Observatório da Imprensa, aqui, a propósito da aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa).
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