segunda-feira, 12 de maio de 2014

O 13 DE MAIO E O DRAGÃO DO MAR


Francisco José do Nascimento nasceu no dia 15 de abril de 1839, em Canoa Quebrada, no Ceará. Era também conhecido por Chico da Matilde, em referência à sua mãe, a rendeira Matilde Maria da Conceição. Do jornalista e romancista Aluísio de Azevedo ganhou o apelido de Dragão do Mar. O centenário da morte desse pescador e prático, que foi um dos responsáveis pelo fato de o Ceará ter sido a primeira província do Brasil a abolir a escravidão, será lembrado em uma sessão especial do Senado, a partir das 11h desta segunda-feira.

‘Dragão do Mar’ navegava por dois mundos. Trabalhava no porto em uma função de chefia e era prático da Capitania dos Portos. Assim, do mesmo jeito que tinha grande contato com os jangadeiros e escravos, convivia com setores da elite e participava de ações abolicionistas. Esse movimento estava em alta no Ceará desde a metade do século 19, como contou o senador José Pimentel (PT-CE).

– Se nós resgatarmos a história do Ceará, vamos assistir a muitas festas, muitos leilões, muitas quermesses feitas pela Igreja Católica para obter fundos para comprar escravas grávidas e assim libertar a escrava e a criança – disse.

Além disso, a economia escravagista no Ceará estava ancorada no tráfico entre as províncias brasileiras. A estratégia dos abolicionistas foi atrapalhar esse comércio. Um grupo de jangadeiros, liderado pelo Dragão do Mar, passou a impedir que os navios negreiros aportassem na costa do estado. Os bloqueios se repetiram até que em 25 de março de 1884 o presidente da província do Ceará, Manuel Sátiro de Oliveira Dias, declarou a abolição da escravatura no território.

Chico da Matilde morreu em março de 1914. De acordo com o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), ele é considerado o maior herói a favor da libertação dos escravos no Ceará. (Fonte: aqui).

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Entre as muitas homenagens prestadas pelo Ceará ao Dragão do Mar, ressalta o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza - aqui.

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